Campo Grande (MS), Sábado, 12 de Julho de 2025

Turismo / Aventura

De Chivay a Arequipa: aventura andina entre cânions, mirantes e história viva

Viagem revela paisagens vulcânicas, tradições milenares e experiências gastronômicas no coração do sul peruano

12/07/2025

07:30

DA REDAÇÃO

©ARQUIVO FAMILIAR

O sul do Peru reserva uma jornada de tirar o fôlego — literalmente. Entre os quase 5 mil metros de altitude e o calor acolhedor da chamada “cidade branca”, a travessia de Chivay a Arequipa, com cerca de 160 km percorridos em seis horas, é muito mais que um deslocamento: é uma imersão em cultura ancestral, natureza imponente e hospitalidade andina.

Chivay, cidade conhecida por suas águas termais e como porta de entrada do Cânion del Colca, marca o início da rota. A subida até Patapampa, a 4.900 metros de altitude, oferece uma vista espetacular dos vulcões Misti, Chachani, Ampato e Sabancaya. No local, é possível avistar as apachetas — tradicionais montes de pedras que representam oferendas aos apus, os espíritos protetores das montanhas.

“As apachetas são testemunhos silenciosos de uma espiritualidade viva que sobrevive aos séculos”, destaca o guia local.

A parada seguinte é Patawasi (El Chino), ponto ideal para tomar um chá de coca, aliviar os efeitos da altitude e recuperar as energias. Atravessando a Reserva Nacional de Aguada Blanca, é possível avistar vicunhas, alpacas, raposas e até pumas, com o vulcão Chachani emoldurando o cenário.

A chegada a Arequipa: história, arquitetura e identidade

Ao descer até Arequipa, o corpo sente o alívio da altitude, mas os olhos continuam extasiados. Fundada em 1540 pelo capitão espanhol Garcí Manuel de Carbajal, a cidade foi erguida sobre um antigo assentamento inca e tornou-se eixo estratégico entre Lima e Potosí. Conhecida como “cidade branca”, sua identidade visual é marcada pelo uso do sillar, uma pedra vulcânica clara utilizada na construção de seus edifícios coloniais.

Destaques do Centro Histórico de Arequipa — tombado como Patrimônio Mundial pela UNESCO em 2000 — incluem:

  • Catedral-Basílica da Plaza de Armas, com fachada neorrenascentista e púlpito neogótico francês

  • Monastério de Santa Catalina, uma cidade murada com séculos de história

  • Museu do Monastério de Santa Teresa, que abriga arte sacra e doces artesanais preparados pelas freiras

Gastronomia arequipenha: uma explosão de sabores

Com mais de 500 receitas documentadas, Arequipa é um dos maiores polos gastronômicos do Peru. Entre os pratos típicos mais procurados estão:

  • Chupe de camarones

  • Rocoto relleno

  • Adobo arequipeño

Nas tradicionais picanterías, o cardápio gira conforme a estação. Nos mercados como o San Camilo, turistas encontram frutas exóticas, bebidas regionais como a chicha de guiñapo e o popular “queso helado” — uma sobremesa gelada típica.

Em 2019, Arequipa foi incluída na Rede de Cidades Criativas da UNESCO, na categoria Gastronomia.

Roteiro dos mirantes e da pedra sillar

Os arredores da cidade também encantam. Do Mirador de Yanahuara, se avista Arequipa com os vulcões Misti, Chachani e Pichu Pichu ao fundo. Já a Rota do Sillar permite acompanhar de perto o trabalho dos artesãos que esculpem a pedra branca em obras de arte, pilares e fachadas.

Conclusão: uma jornada sensorial nos Andes

A viagem de Chivay a Arequipa é uma experiência que combina aventura, misticismo, história e sabor. Dos cânions profundos ao patrimônio colonial, dos rituais às cores dos mercados, tudo convida à contemplação e ao encantamento.

Uma travessia onde a altitude desafia, a cultura acolhe e a paisagem grava na memória cada passo andino.


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