Política
Bolsonaro pede ação urgente dos Poderes para atender exigências de Trump e ignora tarifa de 50% contra o Brasil
Ex-presidente critica “censura” no país, exalta Trump e culpa governo Lula por isolamento internacional
11/07/2025
09:15
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou nesta quinta-feira (10) sobre a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, a partir de 1º de agosto. Evitando críticas à medida, Bolsonaro exaltou Trump, repetiu acusações de censura no Brasil e pediu que os Poderes tomem medidas urgentes para restaurar o que chamou de "normalidade institucional".
“O Brasil caminha rapidamente para o isolamento e a vergonha internacional. A escalada de abusos, censura e perseguição política precisam parar. O alerta foi dado, e não há mais espaço para omissões”, escreveu Bolsonaro na rede social X (antigo Twitter).
Mesmo diante da forte reação popular contrária à ofensiva americana, considerada um ataque à soberania nacional, o ex-presidente insistiu em defender o teor da carta enviada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o menciona diretamente como alvo de perseguição.
Bolsonaro afirmou que a imposição das tarifas é resultado de um suposto afastamento do Brasil dos valores democráticos, e disse que a medida não teria ocorrido em sua gestão:
“A medida é resultado direto do afastamento do Brasil dos seus compromissos históricos com a liberdade, o Estado de Direito e os valores que sempre sustentaram nossa relação com o mundo livre. Isso jamais teria acontecido sob o meu governo.”
Bolsonaro também cobrou reação do Congresso, do Judiciário e do Executivo, sugerindo que medidas devem ser tomadas para reverter o cenário atual e "restabelecer a institucionalidade":
“Peço que os Poderes tomem providências com urgência para resgatar a normalidade institucional do Brasil.”
Ele reafirmou que o país estaria sob uma “caça às bruxas”, expressão utilizada por Trump na carta, e afirmou que as ações judiciais não miram apenas a ele, mas “milhões de brasileiros” que compartilham suas ideias políticas.
Apesar da tentativa de Bolsonaro em minimizar a crise, aliados admitem que a postura de Trump criou um desgaste político para o ex-presidente e seu grupo. Avaliações internas no PL indicam que o governo Lula conseguiu sustentar a narrativa de que a medida fere a soberania nacional, especialmente após a carta de Trump expor o ex-presidente como um dos principais beneficiários da retaliação.
Aliados de Bolsonaro agora tentam blindá-lo da repercussão negativa, atribuindo o tarifácio à suposta diplomacia conflituosa do governo petista e tentando dissociar o gesto de Trump das ações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atua nos EUA promovendo sanções contra ministros do STF.
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