Saúde / Bem-Estar
Cirurgia que muda cor dos olhos é arriscada e só deve ser usada por pessoas cegas, alerta Conselho de Oftalmologia
Ceratopigmentação, feita por influenciadoras como Andressa Urach e Maya Massafera, é procedimento de alto risco e sem indicação estética em olhos saudáveis
30/06/2025
16:00
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
A chamada ceratopigmentação, técnica cirúrgica que altera a cor dos olhos por meio da pigmentação da córnea, voltou ao centro dos debates após ser divulgada por celebridades nas redes sociais. O procedimento foi realizado recentemente pela influenciadora digital Andressa Urach e pela apresentadora Maya Massafera, o que motivou um alerta oficial do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e da Sociedade Brasileira de Córnea (SBC).
Segundo o CBO, a ceratopigmentação é um procedimento invasivo, irreversível e de alto risco, cuja indicação é restrita a pacientes com cegueira permanente ou baixa visão extrema, como forma de melhorar a aparência estética de olhos comprometidos por lesões, opacidades ou manchas brancas.
O Conselho destaca que o uso com finalidade meramente estética é desaconselhado e pode gerar consequências graves à saúde ocular, incluindo:
Infecções internas e inflamações severas;
Perfuração da córnea;
Aumento da pressão intraocular, com risco de glaucoma;
Dificuldade para exames oftalmológicos futuros e cirurgias, como de catarata;
Complicações visuais irreversíveis, com dor, ardência, aversão à luz e até cegueira.
“Essa técnica, conhecida popularmente como tatuagem da córnea, não é reconhecida como segura para olhos saudáveis. A população precisa entender que se trata de uma intervenção médica que exige critérios rigorosos de indicação e deve ser feita exclusivamente por oftalmologistas”, destacou o CBO em nota oficial.
A técnica consiste na inserção de micropigmentos coloridos nas camadas internas da córnea, promovendo alteração da tonalidade do olho. Ela é geralmente utilizada como cirurgia reparadora em olhos já sem função visual, como alternativa estética quando outras opções, como lentes coloridas ou próteses oculares, não são viáveis.
O procedimento pode parecer simples, mas não é um tratamento estético comum e deve ser considerado apenas em último caso, de acordo com a avaliação médica individualizada.
O CBO alerta ainda que a repercussão nas redes sociais pode induzir pessoas ao uso irresponsável da técnica, colocando em risco a saúde ocular. “Pacientes que fizeram a cirurgia relataram dor constante, lacrimejamento, ardência, sensação de areia nos olhos e perda progressiva da visão”, reforça o comunicado.
“Não se trata de uma cirurgia estética simples, mas de um procedimento médico delicado. O uso inadequado pode levar à cegueira”, finaliza a entidade.
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