Política / Manifestação
Bolsonaro realiza menor ato na Avenida Paulista desde 2022, com críticas ao STF e apelos por anistia
Manifestação reuniu 12,4 mil pessoas e teve foco nas eleições de 2026; presença de governadores reforça articulação da direita
30/06/2025
07:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ato realizado neste domingo (29) na Avenida Paulista, em São Paulo, marcou o menor público em manifestações lideradas por Jair Bolsonaro (PL) desde que o ex-presidente deixou o governo, no fim de 2022. Com o lema “Justiça Já”, a mobilização reuniu 12,4 mil pessoas, segundo levantamento do Monitor do Debate Político do Meio Digital da USP, que utilizou imagens de drones e inteligência artificial para a contagem.
Apesar da pauta pela anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, os discursos se concentraram em críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao governo Lula e nas estratégias eleitorais para 2026.
“Se vocês me derem, por ocasião das eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil”, declarou Bolsonaro.
“Não interessa onde eu esteja. Aqui ou no além, quem estiver na liderança (do Congresso) vai mandar mais que o presidente da República.”
O número de participantes representa uma queda acentuada em comparação com atos anteriores:
Fevereiro de 2024: 185 mil pessoas
Abril de 2025: 44,9 mil
Junho de 2025: 12,4 mil
Mesmo com o esvaziamento, Bolsonaro ironizou:
“Faço um desafio à esquerda de colocar nas ruas um terço da quantidade de gente que nós colocamos.”
O ato contou com a presença de lideranças nacionais da direita, entre elas:
Tarcísio de Freitas (Republicanos) – governador de São Paulo
Romeu Zema (Novo) – governador de Minas Gerais
Cláudio Castro (PL) – governador do Rio de Janeiro
Jorginho Mello (PL) – governador de Santa Catarina
Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
Líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ)
Tarcísio, cotado para ser sucessor político de Bolsonaro em 2026, foi o único governador a discursar. Ele exaltou o ex-presidente, estimulou palavras de ordem como “Fora PT” e “Volta, Bolsonaro”, e afirmou:
“Vamos dar essa resposta no ano que vem. Vamos nos reencontrar com a esperança, com a nossa vocação de ser grande. Vamos nos reencontrar com esse líder.”
Bolsonaro, inelegível até 2030, é réu no STF por tentativa de golpe de Estado. O julgamento deve ser concluído ainda em 2025. No ato, ele voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações contra os envolvidos no 8 de janeiro, e insinuou perseguição política.
“Querem me eliminar”, disse Bolsonaro.
Flávio Bolsonaro também atacou o Supremo: “O STF precisa reverter as bizarrices jurídicas contra meu pai.”
Aliados bolsonaristas defendem que, com maioria no Congresso em 2026, será possível até mesmo abrir processos de impeachment contra ministros do STF, incluindo Moraes.
Durante o ato, apoiadores exibiram faixas com frases como “Bolsotrump” e “Trumponaro”, além de críticas às urnas eletrônicas e menções ao bordão de Donald Trump:
“Make Brazil great again!”, disse Bolsonaro, ao tentar falar inglês no palanque.
O deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, atribuiu o público reduzido à proximidade das férias escolares e ao jogo do Flamengo contra o Bayern de Munique pela Copa do Mundo de Clubes.
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