Famosos / Luto
Morre Francisco Cuoco, ícone da teledramaturgia brasileira, aos 91 anos
Ator faleceu em São Paulo após complicações de saúde; carreira marcou gerações com papéis inesquecíveis na TV, teatro e cinema
19/06/2025
16:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O Brasil se despede de um dos maiores galãs da televisão. Morreu nesta quinta-feira (19), aos 91 anos, o ator Francisco Cuoco, referência na teledramaturgia brasileira, com mais de seis décadas de carreira no teatro, cinema e, principalmente, nas novelas.
O ator estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, há cerca de 20 dias. De acordo com familiares, ele enfrentava complicações de saúde em razão da idade e de um ferimento que evoluiu para infecção. A causa da morte foi confirmada como falência múltipla dos órgãos.
O velório acontece nesta sexta-feira (20), das 7h às 15h, no Funeral Home, em São Paulo, aberto ao público. O sepultamento será às 16h, reservado aos familiares e amigos mais próximos.
Em nota, a família informou que Cuoco faleceu de forma serena. A TV Globo prestará homenagem exibindo um tributo especial logo após o Jornal da Globo.
O dramaturgo Walcyr Carrasco lamentou a perda:
“Nos deixou hoje um dos maiores atores da nossa televisão. Francisco Cuoco foi um ícone, um artista que inspirou gerações e levou emoção a milhões de lares. Fica a saudade e a eterna admiração. Meus sentimentos à família, aos amigos e aos admiradores.”
Nascido em 29 de novembro de 1933, no bairro do Brás, em São Paulo, Francisco Cuoco cresceu em uma família simples e desde cedo mostrou paixão pelo palco. Começou a carreira artística no teatro nos anos 1950, após trocar o curso de Direito pela Escola de Arte Dramática (EAD) da USP.
Trabalhou com ícones como Fernanda Montenegro, Sérgio Britto, Ítalo Rossi e Fernando Torres, integrando o prestigiado Teatro dos Sete.
Sua estreia na televisão foi na década de 1960, em teleteatros da TV Tupi e, posteriormente, em novelas como “Marcados Pelo Amor” (1964) e “Redenção” (1966), que o transformou em galã nacional.
A estreia na Globo aconteceu em 1970, na novela “Assim na Terra Como no Céu”, de Dias Gomes, interpretando o Padre Vitor. A partir daí, Cuoco se tornou um dos protagonistas mais requisitados da emissora.
Entre seus papéis mais marcantes estão:
Cristiano Vilhena em “Selva de Pedra” (1972)
Carlão, o taxista de “Pecado Capital” (1975)
Herculano Quintanilha, em “O Astro” (1977)
Paulo Della Santa e seu sósia Denizard de Mattos, na novela “O Outro” (1987)
Também brilhou em sucessos como “O Salvador da Pátria” (1989), “Passione” (2010), “Segundo Sol” (2018) e, mais recentemente, participou da série “No Corre”, do Multishow, em 2023, seu último trabalho na TV.
Além das novelas, Cuoco teve passagens marcantes pelo cinema, atuando em filmes como:
“Traição” (1998)
“Gêmeas” (1999)
“A Partilha” (2001)
“Cafundó” (2005)
Nos anos 2000, voltou aos palcos em espetáculos como “Três Homens Baixos”, “Circuncisão em Nova York” e “Uma Vida no Teatro”, mostrando sua versatilidade e paixão pela arte.
Curiosamente, também gravou discos, incluindo o álbum “Solead” (1975), com canções românticas, e o CD “Paz Interior”, com orações.
Francisco Cuoco teve três filhos – Tatiana, Rodrigo e Diogo – do casamento com Gina Rodrigues Cuoco, de quem se divorciou. Nos últimos anos, viveu um relacionamento com Thaís Rodrigues, mantendo sua vida privada sempre longe dos holofotes.
Francisco Cuoco deixa um legado gigantesco para o teatro, o cinema e a televisão do Brasil. Suas atuações atravessaram gerações, tornando-o sinônimo de elegância, carisma e talento.
“Eu prefiro que o personagem sufoque o Francisco”, costumava dizer, sobre sua dedicação à atuação.
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