Política / Assembleia Legislativa
Coronel David critica julgamento no STF sobre redes sociais: “ameaça à liberdade de expressão”
Deputado afirma que mudança no Marco Civil da Internet pode gerar censura preventiva e limitar debates legítimos
04/06/2025
08:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O deputado estadual Coronel David (PL) se posicionou contra a possível alteração do artigo 19 do Marco Civil da Internet, em julgamento retomado nesta quarta-feira (4) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta em análise pode permitir que redes sociais e provedores sejam responsabilizados por conteúdos publicados por terceiros, mesmo sem ordem judicial.
Segundo o parlamentar, essa mudança representa uma ameaça direta à liberdade de expressão e pode abrir caminho para a censura.
“Se os provedores passarem a ter medo de punições, vão começar a excluir preventivamente qualquer conteúdo que possa lhes causar problemas. Isso inclui críticas, debates e opiniões legítimas”, afirmou Coronel David.
O artigo 19 da lei atual determina que os provedores só podem ser punidos se, após determinação judicial, não removerem o conteúdo ofensivo. Para o deputado, essa exigência é essencial para garantir segurança jurídica e proteger o direito à manifestação livre de ideias.
Coronel David também questionou o momento do julgamento, em um ano pré-eleitoral, e sugeriu que interesses políticos possam estar por trás da tentativa de flexibilizar o dispositivo legal.
“O medo de punições pode levar à exclusão de conteúdos que questionem ou critiquem o sistema. E por que essa pressa pelo controle?”, indagou.
O parlamentar rebateu o argumento de que a mudança ajudaria no combate a fake news ou crimes digitais.
“Já existem leis para isso, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o próprio Código Penal”, argumentou.
A Corte analisa dois recursos extraordinários que discutem a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil. A principal dúvida é se é legítimo exigir ordem judicial para que os provedores sejam responsabilizados por conteúdos ofensivos.
O julgamento começou em 2023 e foi suspenso em dezembro, após pedido de vista do ministro André Mendonça. Antes disso, três ministros — Dias Toffoli, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso — já haviam votado a favor da flexibilização da regra.
Outros sete ministros ainda não se manifestaram e podem pedir novo prazo de análise, o que pode estender a decisão.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Câmara adota postura cautelosa após STF decretar perda do mandato de Carla Zambelli
Leia Mais
Aliado de Bolsonaro celebra revogação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes
Leia Mais
Concurso do TJMS mantém inscrições abertas até janeiro para cartórios em todo o Estado
Leia Mais
Concurso da Caixa atrai cerca de 78 mil candidatos para vagas de nível superior
Municípios