Política / Justiça
Alexandre de Moraes agradece Lula por retirada de sanções da Lei Magnitsky
Ministro do STF afirma que suspensão das medidas impostas pelos EUA representa “vitória tripla” do Judiciário, da soberania nacional e da democracia brasileira
12/12/2025
20:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, agradeceu publicamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo empenho do governo brasileiro na revogação das sanções impostas pelos Estados Unidos contra ele e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, com base na Lei Magnitsky. A declaração foi feita durante o evento de lançamento do SBT News, realizado em Osasco, na Grande São Paulo.
Segundo Moraes, desde o início do episódio ele confiava que a medida seria revertida assim que as autoridades norte-americanas tivessem pleno conhecimento dos fatos. Por isso, pediu a Lula que não adotasse retaliações ou reações públicas imediatas.
“Em meu nome e em nome da minha esposa, quero agradecer o empenho do presidente Lula. A verdade venceu hoje. O presidente se recorda que, logo em julho ou agosto, quando o Supremo se reuniu para tratar das sanções, eu pedi que não tomasse nenhuma medida, porque acreditava que, quando a verdade chegasse às autoridades americanas, ela prevaleceria”, afirmou o ministro.
Para Alexandre de Moraes, a decisão do governo dos Estados Unidos de retirar seu nome e o de sua esposa da lista de sancionados representa uma “vitória tripla”:
Vitória do Judiciário brasileiro, que, segundo ele, não se curvou a pressões externas;
Vitória da soberania nacional, reafirmada pela postura do governo brasileiro;
Vitória da democracia, como pilar fundamental do Estado de Direito.
“Vitória do Judiciário brasileiro, que não se vergou a ameaças ou coações e continuará atuando com imparcialidade, seriedade e coragem. Vitória da soberania nacional, porque o presidente Lula deixou claro desde o primeiro momento que o país não aceitaria qualquer invasão em sua autonomia. E, acima de tudo, vitória da democracia”, declarou Moraes.
A Lei Magnitsky é um instrumento da política externa dos Estados Unidos utilizado para punir estrangeiros acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos. As sanções incluem:
congelamento de bens e contas bancárias em território ou instituições financeiras dos EUA;
proibição de entrada no país;
restrições a transações financeiras com cidadãos e empresas norte-americanas.
A legislação foi criada em 2012, durante o governo Barack Obama, após a morte do advogado russo Sergei Magnitsky, que denunciou um esquema de corrupção estatal e morreu sob custódia em Moscou, em 2009. Em 2016, a lei foi ampliada, permitindo sua aplicação global, fora do contexto russo.
Alexandre de Moraes vinha sendo alvo de críticas e ações judiciais nos Estados Unidos, sob acusações de censura e de suposto desrespeito a leis americanas. Parlamentares e empresas alegavam que decisões do ministro, como o bloqueio de perfis em redes sociais, afetariam cidadãos e companhias sediadas nos EUA.
O ministro também foi alvo de ações movidas pelas plataformas Rumble e Trump Media, que questionaram decisões judiciais brasileiras. Em maio, o então secretário de Estado Marco Rubio chegou a afirmar que havia “grande possibilidade” de Moraes ser sancionado com base na Lei Magnitsky.
A aplicação das sanções, incluindo a extensão das restrições à esposa do ministro, ocorreu em meio a tensões diplomáticas entre os governos brasileiro e norte-americano, intensificadas após decisões judiciais envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Desde outubro, o governo Lula atuava nos bastidores para reverter a medida, argumentando que o Brasil respeita o devido processo legal e que não há perseguição política ou judicial no país. A retirada das sanções confirma o êxito dessa articulação diplomática.
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