Agropecuária / Comércio Exterior
MS recebe reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação
Certificação foi concedida em evento da OMSA, em Paris, e abre novas portas para exportação da carne sul-mato-grossense
29/05/2025
09:15
DA REDAÇÃO
Reconhecimento internacional de saúde dos rebanhos, feito esta manhã, deve abrir novos mercados para carne de MS (Foto: Divulgação Semadesc)
Mato Grosso do Sul foi oficialmente reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), durante a 92ª Sessão Geral da entidade, realizada nesta quinta-feira (29), em Paris. A certificação marca um novo capítulo na história da pecuária estadual, consolidando o Estado como referência global em sanidade animal e abrindo portas para mercados internacionais altamente exigentes, como Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos.
O feito é resultado de décadas de trabalho conjunto entre produtores, entidades de classe e governos nas esferas municipal, estadual e federal, com foco no controle sanitário e na vigilância epidemiológica. Desde 2020, o Estado deixou de aplicar a vacina contra aftosa no rebanho bovino — hoje superior a 18 milhões de cabeças — elevando ainda mais os padrões de biossegurança e rastreabilidade.
O reconhecimento foi celebrado pela comitiva sul-mato-grossense presente em Paris, composta pelo secretário da Semadesc, Jaime Verruck, a senadora Tereza Cristina, o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, e o deputado estadual Paulo Corrêa, representando a Assembleia Legislativa.
Já em Mato Grosso do Sul, o vice-governador José Carlos Barbosa (Barbosinha) enfatizou o impacto para o produtor rural:
“Esse reconhecimento muda completamente o patamar do nosso agronegócio. É um passo gigante que garante mais competitividade, valor agregado e segurança para quem vive da lida no campo”, afirmou.
Barbosinha também destacou o ganho institucional com a chancela internacional, reforçando a imagem de MS como território sustentável e responsável.
O secretário Jaime Verruck, da Semadesc, lembrou que a decisão de suspender a vacinação foi estratégica e exigiu vigilância sanitária intensificada:
“Hoje celebramos o resultado de uma política pública consistente. Vamos continuar atuando para manter esse status e ampliar os mercados para nossa carne.”
Com a certificação da OMSA, o Estado ingressa no grupo de elite da pecuária mundial, capaz de exportar carne bovina in natura para mercados que exigem alto rigor sanitário. O reconhecimento integra o Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), coordenado pelo Ministério da Agricultura (Mapa).
Em 2024, Mato Grosso do Sul exportou mais de US$ 1,2 bilhão em carne bovina, e no primeiro quadrimestre de 2025 já alcançou US$ 510 milhões, tendo China, EUA e Chile como principais destinos. A expectativa é de que os novos mercados representem um salto nas exportações, empregos e investimentos no setor.
Para alcançar o reconhecimento, o Governo de MS investiu mais de R$ 543 milhões desde 2018 em infraestrutura e pessoal da Iagro, além de R$ 243 milhões adicionais para manter o status sanitário. O objetivo agora é manter os níveis de excelência, reforçar as barreiras sanitárias e garantir a permanência do selo internacional de qualidade.
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