Esportes / Justiça
Justiça afasta Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF pela segunda vez
Fernando Sarney assume como interventor; crise envolve suspeita de falsificação em acordo da eleição de 2022
15/05/2025
15:00
DA REDAÇÃO
Ednaldo Rodrigues - Presidente da CBF / Reprodução: Divulgação
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vive nova turbulência. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) afastou novamente, nesta quinta-feira (15), o presidente Ednaldo Rodrigues do comando da entidade. A decisão foi proferida pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, em meio a suspeitas de fraude em documento que validou a eleição de Ednaldo em 2022. Com a medida, o vice-presidente Fernando Sarney assume interinamente como interventor da CBF.
A crise tem origem em denúncias recentes de que a assinatura do ex-presidente da CBF, Coronel Nunes, em um acordo fundamental para a reeleição de Ednaldo, teria sido falsificada. Laudo pericial aponta que a rubrica do dirigente, que enfrenta graves problemas de saúde, não seria autêntica. O documento foi decisivo para encerrar uma ação judicial que questionava a legalidade do pleito.
“Esperávamos só o ok do presidente. Só que o presidente deu para trás”, afirmou o agente Wladimir Soares, em áudio revelado pela PF sobre a trama golpista.
Apesar de não ter comparecido para depor, Coronel Nunes foi citado formalmente no processo. A deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e Fernando Sarney alegaram que o dirigente não teria condições cognitivas para assinar qualquer documento oficial.
A decisão ocorre menos de dois meses após Ednaldo ser reeleito com apoio unânime das federações estaduais e dos clubes das Séries A e B. A FFMS, presidida por Estevão Petrallás, foi uma das entidades que declararam apoio ao dirigente.
Ainda nesta semana, Ednaldo anunciou a chegada de Carlo Ancelotti como técnico da Seleção Brasileira masculina até o fim da Copa do Mundo de 2026. Ele está no Paraguai participando do 75º Congresso Ordinário da Fifa e ainda não se manifestou oficialmente sobre o afastamento.
Em dezembro de 2023, Ednaldo já havia sido afastado pelo TJRJ, mas retornou por decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF, que considerou risco de sanções à CBF por interferência judicial. Agora, Gilmar remeteu novamente o caso à Justiça fluminense para investigação urgente.
Com a destituição de Ednaldo, Fernando Sarney — um dos oito vice-presidentes eleitos — assume o comando interinamente. Apesar de ter mandato até 2026, Sarney é considerado atualmente um desafeto político de Ednaldo e não integrou sua chapa na última eleição.
O caso abre uma nova frente de disputa pelo controle da CBF, com potenciais reflexos na gestão do futebol nacional e na imagem institucional da entidade.
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