Segurança / Infância
Adolescente de 14 anos em Campo Grande integrava grupo que aliciava jovens para desafios perigosos na internet
Operação nacional investiga rede que promove automutilação, crueldade contra animais e incitação à violência; menina de 8 anos morreu no DF após participar de desafio com desodorante
15/04/2025
09:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Um adolescente de 14 anos, morador de Campo Grande (MS), é apontado como integrante de um grupo criminoso que utilizava plataformas criptografadas como Discord, Telegram e redes sociais para aliciar jovens e incentivar desafios perigosos, incluindo automutilação coletiva, crueldade contra animais, incitação ao ódio e apologia a ataques violentos.
A informação foi confirmada durante a Operação Adolescência Segura, deflagrada nesta terça-feira (15) pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). Em Campo Grande, a polícia cumpriu cinco mandados de busca e apreensão, mas o adolescente investigado não foi localizado.
As investigações apontam que o jovem fazia a conexão entre os participantes dos desafios, coordenando a entrada de outros adolescentes nos grupos secretos. A atuação da quadrilha envolvia recompensas simbólicas como incentivos para engajamento nas atividades ilícitas.
Além do Mato Grosso do Sul, a operação teve ações simultâneas em outros seis estados: Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás. Ao todo, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão, com duas prisões temporárias de adultos e sete internações provisórias de adolescentes.
Entre os crimes investigados estão:
Associação criminosa (Art. 288 do Código Penal)
Indução ou instigação à automutilação (Art. 122, §4º, do CP)
Maus-tratos a animais (Art. 32 da Lei 9.605/98)
As penas podem ultrapassar 10 anos de reclusão, dependendo do grau de envolvimento dos suspeitos.
Enquanto a operação acontecia, um caso grave envolvendo desafio viral chocou o Distrito Federal. Sarah Raissa Pereira de Castro, de apenas 8 anos, morreu após inalar desodorante em spray, supostamente como parte de um desafio divulgado nas redes sociais.
A morte foi confirmada pelo Hospital Regional de Ceilândia (HRC) no último domingo (13). De acordo com a família, a criança participava do chamado “desafio do desodorante”, onde jovens são incentivados a inalar o produto o maior tempo possível enquanto gravam vídeos.
A Polícia Civil do DF (PCDF) investiga o caso por meio da 15ª Delegacia de Polícia, que abriu inquérito para apurar a origem das postagens que promovem esse tipo de conteúdo nocivo.
“Infelizmente, crianças e adolescentes estão sendo alvos de conteúdos que estimulam condutas extremamente perigosas. Precisamos agir rápido para desarticular essas redes e conscientizar famílias”, declarou o delegado Ataliba Neto.
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