Política / Justiça
Grupo que aliciava adolescentes para desafios de automutilação é alvo de operação em Mato Grosso do Sul
Polícia Civil cumpre mandados em sete estados; dois adultos foram presos e sete adolescentes apreendidos
15/04/2025
08:00
MDX
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (15) a Operação Adolescência Segura, que investiga um grupo criminoso suspeito de aliciar adolescentes por meio de plataformas digitais para participarem de desafios de automutilação, atos de crueldade contra animais e incitação à violência. As ações ocorrem em Mato Grosso do Sul e em outros sete estados brasileiros, com cumprimento de 20 mandados de busca e apreensão, além de duas prisões temporárias de adultos e sete internações provisórias de menores de idade.
O grupo utilizava plataformas criptografadas como Discord e Telegram, além de redes sociais abertas, para atrair adolescentes e incentivar comportamentos autodestrutivos. Segundo o Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), a quadrilha oferecia "recompensas simbólicas" aos jovens que mais se engajavam nas ações ilícitas, como forma de estimular a continuidade dos atos.
Em Campo Grande, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, e provas digitais importantes foram recolhidas e serão periciadas para aprofundar as investigações.
Além de Mato Grosso do Sul, a operação ocorreu simultaneamente nos estados de:
Santa Catarina
São Paulo
Paraná
Rio Grande do Sul
Minas Gerais
Goiás
As ações são coordenadas em âmbito nacional e visam combater crimes cibernéticos que atingem diretamente a saúde mental e integridade física de adolescentes vulneráveis.
Os envolvidos poderão responder por uma série de crimes graves, como:
Associação criminosa (Art. 288 do Código Penal)
Indução ou instigação à automutilação (Art. 122, §4º, do Código Penal)
Maus-tratos a animais (Art. 32 da Lei 9.605/98)
A soma das penas pode ultrapassar 10 anos de reclusão, dependendo da tipificação e da participação de cada investigado.
“É fundamental que pais e responsáveis estejam atentos ao comportamento digital de adolescentes, pois grupos como esses se aproveitam do anonimato e da vulnerabilidade emocional para aliciar jovens”, alertou um dos delegados responsáveis pela operação.
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