Política / Justiça
PGR pede condenação de Bolsonaro por liderar plano de golpe de Estado
Alegações finais apontam atuação coordenada com ex-ministros, militares e agentes de inteligência para minar a democracia em 2022
15/07/2025
07:15
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
A Procuradoria-Geral da República (PGR) entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (15), suas alegações finais pedindo a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por liderar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo o procurador-geral Paulo Gonet Branco, Bolsonaro articulou e comandou um plano “progressivo e sistemático” para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
O documento, com 517 páginas, encerra a fase de instrução da ação penal e baseia-se em provas documentadas e depoimentos que, segundo a PGR, demonstram a atuação coordenada de um núcleo central composto por integrantes do governo Bolsonaro, das Forças Armadas e da inteligência estatal.
“O núcleo central, liderado por Jair Messias Bolsonaro, composto por figuras-chave do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência, elaborou e executou um plano contra a democracia”, afirmou Gonet.
Além de Jair Bolsonaro, a PGR também pediu a condenação de outros sete ex-integrantes do governo, considerados peças-chave no suposto plano golpista:
Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin
Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
Anderson Torres – ex-ministro da Justiça
Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
Mauro Cid – ex-ajudante de ordens da Presidência
Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
Braga Netto – ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022
A PGR imputa aos réus a prática de crimes graves, incluindo:
Tentativa de abolir o Estado democrático de direito com violência – pena de 4 a 8 anos
Golpe de Estado – pena de 4 a 12 anos
Organização criminosa armada – pena de 3 a 8 anos (podendo ser aumentada)
Dano qualificado contra patrimônio da União – pena de 6 meses a 3 anos
Deterioração de bem tombado – pena de 1 a 3 anos
Com o envio das alegações finais, o processo entra na fase decisiva. A defesa dos acusados poderá apresentar suas manifestações antes do julgamento final, que será conduzido pelos ministros da Primeira Turma do STF. Todos os réus negam envolvimento com o plano e prestaram depoimentos em sua defesa.
A expectativa é que o julgamento ocorra nos próximos meses, em um dos processos mais relevantes da história recente do país no campo institucional e político.
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