Campo Grande (MS), Sexta-feira, 18 de Abril de 2025

Política / Justiça

Réu por feminicídio de jornalista pede transferência da Supermáxima após alegar ameaças

Caio Nascimento afirma temer por sua vida e solicita ser levado a outra unidade prisional de Campo Grande

10/04/2025

16:15

CGN

DA REDAÇÃO

Caio Nascimento era músico e aparece nessa imagem durante uma de suas apresentações. (Foto: Redes sociais)

Caio César Nascimento Pereira, acusado de matar a jornalista Vanessa Ricarte, pediu transferência da Penitenciária Estadual Masculina da Gameleira II, conhecida como “Supermáxima”, onde está custodiado desde fevereiro. O motivo do pedido, segundo o réu, são as ameaças de morte que estaria sofrendo dentro da unidade por conta do crime que responde.

O pedido foi formalizado pela Defensoria Pública, por meio do defensor Ronald Calixto Nunes, e solicita a transferência de Caio para o Centro de Triagem Anízio Lima ou para “qualquer outro presídio da Capital que não seja o Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho”, a Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande.

“Tem enfrentado problemas de convívio e vem sendo ameaçado pelos demais internos por conta da ação penal que responde”, diz a petição.

O documento foi protocolado na 1ª Vara do Tribunal do Júri, sob responsabilidade do juiz Carlos Alberto Garcete, mas foi redistribuído para a 1ª Vara de Execução Penal, que deve decidir sobre a eventual transferência. Até o momento, não houve novo andamento no pedido, e Caio permanece na Gameleira II.

Advogado técnico acompanhará processo de júri

Enquanto a Defensoria segue atuando na parte de execução penal, o advogado Renato Franco foi nomeado para atuar na defesa técnica de Caio, acompanhando o processo de feminicídio.

“Estarei à frente das oitivas, audiências e da sustentação em plenário, caso ele vá a júri popular”, disse Franco.

Relembre o caso Vanessa Ricarte

O crime que chocou Campo Grande ocorreu no dia 12 de fevereiro de 2025. A jornalista Vanessa Ricarte, de 29 anos, foi esfaqueada três vezes no coração por Caio — com quem mantinha um relacionamento — após buscar seus pertences no imóvel em que moravam juntos.

Horas antes do feminicídio, Vanessa esteve na Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) para se informar sobre uma medida protetiva de urgência que havia solicitado por ter sido ameaçada. Ao retornar ao imóvel, foi surpreendida por uma discussão violenta com Caio, que a atacou com uma faca.

Ela chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na Santa Casa de Campo Grande.

Caio possui histórico de violência doméstica e foi preso em flagrante. Durante o depoimento, preferiu permanecer em silêncio.

Feminicídio com agravantes

O caso é investigado como feminicídio com agravantes, incluindo:

  • Descumprimento de medida protetiva

  • Motivo torpe

  • Surpresa

  • Violência doméstica e familiar

A denúncia já foi aceita, e o processo segue em andamento na Justiça, com possibilidade de julgamento pelo Tribunal do Júri. O caso é acompanhado com atenção por entidades de defesa dos direitos das mulheres e pela imprensa local, sendo considerado emblemático na luta contra a violência de gênero em Mato Grosso do Sul.

 


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