Política
Zeca do PT critica apoio de Riedel à anistia e diz sentir vergonha: “Porta-voz do atraso e da infâmia”
Declaração acirra tensão entre o PT e o governador de MS; aliança estratégica pode ruir após apoio de Riedel a golpistas do 8 de janeiro
06/04/2025
11:15
FDD
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ex-governador e atual deputado estadual Zeca do PT subiu o tom contra o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), e colocou em xeque o apoio tático do PT ao governo estadual, sobretudo em pautas voltadas à agricultura familiar. O motivo foi o posicionamento de Riedel favorável à anistia dos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Durante o encontro estadual da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), ocorrido na última sexta-feira (5), em Campo Grande, Zeca, que lidera a CNB no estado, articulou duras críticas ao governador. À noite, em publicações nas redes sociais e grupos de mensagem, o petista afirmou:
“Permito-me discordar publicamente da posição manifesta pelo governador. Ser porta-voz do atraso e da infâmia já é demais e me envergonha.”
Zeca reagiu a uma declaração de Riedel em que o governador defendeu a aprovação de uma anistia “com caráter humanitário” para os condenados pelos atos de 8 de janeiro. O tucano afirmou ainda que vem tratando do tema com Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), nome cotado para representar a direita nas eleições presidenciais de 2026, após a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL).
“Fica claro que Riedel quer anistia para o inelegível e inominável ex-presidente, e esconde sua intenção falando das pessoas que estão presas. Não são velhinhas, são homens adultos que atentaram contra a democracia”, disse Zeca.
Além da questão ideológica, lideranças do PT de Mato Grosso do Sul também criticaram o não cumprimento de acordos políticos por parte do governo estadual, inclusive no que diz respeito à articulação na Assembleia Legislativa. Durante o evento, que consolidou apoio interno a Vander Loubet para a presidência estadual do partido, diversas lideranças defenderam o rompimento do apoio ao governo Riedel.
“Não foi uma, mas dezenas de vozes que criticaram o apoio ao governador”, relatou uma fonte presente no encontro.
Em nota pública, Eduardo Riedel afirmou que o Congresso Nacional deve votar o tema da anistia para buscar a pacificação do país. Ao lado da senadora Tereza Cristina (PP), ex-ministra de Bolsonaro, Riedel criticou a dosimetria das penalizações e defendeu o debate com “coragem e realismo”.
“Não dá para julgar e penalizar com a mesma régua o que é completamente diferente. Temos de olhar para frente e cuidar da agenda do Brasil real”, afirmou o governador.
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