O homem acusado de matar a facadas a namorada Alessandra da Silva Arruda, de 30 anos, no último sábado (29), em Nioaque, prestou depoimento ainda no mesmo dia à Polícia Civil. Ele afirmou que a discussão que antecedeu o crime teria começado por exigência de dinheiro feita por Alessandra. O caso é investigado como feminicídio.

Segundo o delegado Diego Sátira, responsável pelo inquérito, o acusado alegou que o casal estava junto há apenas 20 dias. “Ele alugou uma residência recentemente após se separar da ex-esposa, e Alessandra passou a residir com ele”, explicou.

A vítima deixa três filhos, de 1, 4 e 14 anos, que não moravam com ela em Nioaque, segundo o depoimento.

❗ Depoimento e tentativa de defesa

No depoimento, o autor contou que Alessandra teria saído de casa na noite anterior e retornado de madrugada em estado alterado. Ao exigir dinheiro e não receber, os dois teriam começado uma discussão. Ele afirma que ela pegou uma faca e tentou agredi-lo, momento em que ele teria conseguido tomar a arma e a esfaqueado.

Apesar da alegação de legítima defesa, a vítima foi encontrada com cerca de cinco perfurações de faca, especialmente na região do tórax e abdômen, segundo a perícia.

🚨 Prisão e circunstâncias do crime

Logo após o crime, o acusado ligou para a Polícia Militar e confessou que havia esfaqueado a companheira. A equipe encontrou Alessandra já sem vida na residência, situada no Bairro São Miguel. A casa, de apenas três cômodos, estava em estado de desordem, indicando sinais de luta.

Ele se apresentou horas depois à delegacia, acompanhado de um advogado, e foi preso em flagrante. A polícia já havia solicitado a prisão preventiva, mas diante da apresentação voluntária e do flagrante ainda caracterizado, a prisão foi efetivada.

“O autor não tinha antecedentes criminais. A prisão foi realizada imediatamente após ele se apresentar, com base nos elementos coletados durante as diligências”, destacou o delegado Diego Sátira.

👥 Família da vítima relata surpresa e dor

De acordo com o irmão da vítima, Alexandre da Silva Arruda, de 28 anos, a família, que reside em Campo Grande, tinha pouco contato com Alessandra e foi surpreendida pela notícia do crime.

“Minha irmã foi para lá há pouco tempo. Estamos cuidando de todos os trâmites para fazer o translado do corpo para Campo Grande”, disse.

⚠ Feminicídios em MS já somam sete casos em 2025

O assassinato de Alessandra é o 7º feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul em 2025. Veja os casos anteriores:

• Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro

• Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro

• Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro

• Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro

• Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro

• Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março