Campo Grande (MS), Quinta-feira, 03 de Abril de 2025
Política e Judiciário
Bolsonaro reage com decepção ao voto de Nunes Marques a favor de Alexandre de Moraes no inquérito do golpe
Ex-presidente ficou “perplexo” com decisão de ministro indicado por ele ao STF, que contrariou pedido de afastamento de Moraes do caso
23/03/2025
10:15
PP
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu com decepção e surpresa ao voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques, que se posicionou a favor da permanência de Alexandre de Moraes como relator do chamado "inquérito do golpe", que investiga a tentativa de subversão institucional após as eleições de 2022.
Segundo aliados próximos, Bolsonaro classificou o voto como “inexplicável” e confidenciou estar “triste” e “perplexo” com a decisão do magistrado, indicado por ele próprio ao STF em 2020.
A defesa de Bolsonaro pediu o afastamento de Alexandre de Moraes do caso, alegando suspeição. O argumento central é que Moraes não poderia atuar como relator, por ser uma suposta vítima de plano de atentado revelado durante as investigações conduzidas pela Polícia Federal, o que, segundo os advogados do ex-presidente, comprometeria sua imparcialidade.
Contudo, a maioria dos ministros do STF rejeitou a tese, com o entendimento de que o golpe de Estado representaria um ataque à ordem democrática e à coletividade como um todo, e não apenas a um indivíduo específico.
O único voto divergente foi o do ministro André Mendonça, também indicado por Bolsonaro, que se manifestou a favor do afastamento de Moraes.
Outro ponto que gerou incômodo nos bastidores foi a presença de Kassio Nunes Marques em um jantar na casa de Alexandre de Moraes, ao lado de autoridades do STF e membros do governo Lula. Apesar do desconforto, Bolsonaro optou por não comentar publicamente sobre o encontro.
Durante o evento, conforme relatos da imprensa, o nome de Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos, foi mencionado em tom de deboche por alguns dos presentes, ampliando ainda mais o clima de distanciamento entre o bolsonarismo e parte do Judiciário.
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