Campo Grande (MS), Quinta-feira, 30 de Janeiro de 2025

INFRAESTRUTURA

Rota da Celulose retorna a leilão em maio com foco em sustentabilidade

Estado ajusta cronograma e busca atrair mão de obra para obras nas rodovias federais

28/01/2025

10:08

DA REDAÇÃO

Trecho da Rota da Celulose, na BR-262, em Ribas do Rio Pardo (Foto/Divulgação)

A Rota da Celulose, sistema rodoviário composto pelos trechos das rodovias federais BR-262 e BR-267 e das estaduais MS-040, MS-338 e MS-395, voltará a ser leiloada em maio deste ano. De acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de São Paulo, o trecho sul-mato-grossense faz parte do pacote de leilões agendados pelo Governo Federal, que será anunciado nesta terça-feira (28) pelo ministro dos Transportes, Renan Filho.

Revisão e Ajustes no Leilão

O leilão deste pacote de rodovias havia sido marcado para o dia 2 de dezembro, mas, sem interessados, o Governo do Estado retirou a oferta. Após ouvir investidores do mercado, o estado se comprometeu a revisar e editar o processo. Desde então, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), reitera que o projeto terá pequenos ajustes no cronograma de obras, sem mudanças nas melhorias planejadas na estrutura. O projeto também manterá os aumentos dos pedágios já previstos, que variam de R$ 4,47 a R$ 91,20, cobrados em 12 pontos ao longo da via.

Motivos do Fracasso no Certame

Para o governador, o fracasso no certame anterior foi resultado do momento econômico. “O momento em que foi a leilão não colaborou para que houvesse uma concorrência grande”, disse Eduardo Riedel, referindo-se à alta do dólar e à saturação do mercado com outros leilões em disputa.

Investimentos e Infraestrutura

O contrato previa cerca de R$ 6 bilhões em investimentos para obras como a duplicação de 116 quilômetros de vias, além de outros R$ 3 bilhões em custos operacionais durante os 30 anos de concessão. O nome dado "Rota da Celulose" faz referência às estradas próximas das grandes fábricas do insumo instaladas no estado, como as unidades da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, e da Eldorado Brasil, em Três Lagoas.

Entre as intervenções previstas, estão quase 200 quilômetros de novas obras, incluindo duplicações, contornos e vias marginais. A gestão e fiscalização do contrato ficarão sob responsabilidade do governo estadual, que estruturou o projeto sem o envolvimento direto do governo federal na organização do leilão.

Leilão da BR-163 e Repactuação

A reportagem da Folha de São Paulo ainda aponta que o trecho sul-mato-grossense da BR-163 também está na lista dos leilões agendados pela União. Assim como a Rota da Celulose, a repactuação da BR-163 irá ao mercado em maio deste ano. O plano de repactuação aprovado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) prevê intervenções pontuais de duplicação em trechos estratégicos. A CCR MS Via, concessionária que administra a rodovia, pediu a repactuação do contrato após não conseguir cumprir com o documento assinado em 2014.

A empresa será a proposta 01 a ser protocolada como interessada pela concessão na B3 (Bolsa de Valores). Se tudo der certo, o cronograma prevê o início das obras em julho do próximo ano. Com o novo modelo, estão previstos mais 200 km de duplicação e mais 198 quilômetros de terceira pista, que devem ser realizados, pelo menos, 70% em 3 anos.

Desafios e Soluções

Segundo o Governo do Estado, o projeto envolverá a negociação de outorga de água e energia elétrica para utilizar o pivô irrigador. "Hoje nós temos algumas dezenas de projetos de laranjas que precisam do fornecimento de energia elétrica. O desafio de curto prazo ainda não é o logístico, é a energia elétrica e a outorga de água, e depois, obviamente, qualificação de mão de obra e habitação para essa mão de obra", finalizou Eduardo Riedel.

Compromisso com a Sustentabilidade

O retorno do leilão da Rota da Celulose reforça o compromisso do Estado de Mato Grosso do Sul com a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico e social. Com a atração de investimentos e a criação de infraestrutura robusta, o estado busca consolidar-se como um exemplo em políticas de combate à emergência climática, promovendo um futuro mais verde e próspero para a região.


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