Campo Grande (MS), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

MUNDO

Brasil assume presidência anual dos BRICS com agenda de integração e sustentabilidade

Novo comando brasileiro prioriza combate às mudanças climáticas, uso de moedas locais e fortalecimento da inteligência artificial

01/01/2025

15:00

DA REDAÇÃO

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A partir de hoje, Brasil assume a presidência anual dos BRICS, sucedendo à Rússia. O bloco, fundado em 2006 por Brasil, Rússia, Índia e China, expandiu-se com a adesão da África do Sul em 2011 e, mais recentemente, de Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos e Etiópia em 2024. Representando mais de 40% da população mundial e 35% do PIB global, os BRICS consolidam sua importância como uma voz influente do Sul Global.

Em 2025, o bloco tem potencial para incluir novos membros associados, como Turquia, Indonésia, Nigéria, Argélia, Bielorrússia, Cuba, Bolívia, Cazaquistão, Vietnã, Tailândia, Malásia, Uzbequistão e Uganda. Eduardo Saboia, embaixador e negociador-chefe dos BRICS, afirmou que a presidência brasileira tem como objetivo "arrumar a casa" após a ampliação do bloco e avançar com os planos de integração.

Durante o ano, Brasil sediará 18 reuniões ministeriais, culminando em uma cúpula de líderes prevista para julho. A diplomacia brasileira buscará impulsionar reformas na governança global, aumentando a representatividade de países emergentes em instituições como o Conselho de Segurança da ONU, FMI, Banco Mundial e OMS, com o intuito de corrigir desigualdades geopolíticas e dar mais voz ao Sul Global.

A agenda climática será uma prioridade significativa, especialmente com a realização da Cúpula do Clima de 2025 em Belém, marcando uma década do Acordo de Paris. Eduardo Saboia destacou que o uso de moedas locais para transações é uma das propostas chave, visando reduzir custos e fomentar comércio e investimentos entre os membros do bloco. Em resposta às ameaças do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 100% ao bloco caso a utilização do dólar seja minada, Saboia assegurou que os países dos BRICS possuem grandes reservas em dólar e que a diversificação econômica é uma medida legítima e eficiente.

Além disso, o fortalecimento da inteligência artificial e a integração dos novos membros são pilares da presidência brasileira. Eduardo Saboia enfatizou a importância de "avançar com os planos de integração" para garantir que o bloco continue a crescer de maneira coesa e colaborativa.

Com mais de duas décadas de existência, os BRICS continuam a evoluir, adaptando-se às dinâmicas globais e buscando maior influência nas decisões internacionais. Sob a liderança do Brasil, o bloco pretende não apenas fortalecer sua própria estrutura, mas também contribuir para um cenário global mais equilibrado e sustentável.


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