Campo Grande (MS), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

POLÍTICA

Mercosul e União Europeia fecham acordo de livre comércio após 25 anos de negociações

Entendimento envolve redução de tarifas de exportação e prevê maior integração entre blocos econômicos, beneficiando um mercado de mais de 750 milhões de pessoas

06/12/2024

10:39

DA REDAÇÃO

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Em uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (6), em Montevidéu, Uruguai, líderes do Mercosul e representantes da União Europeia (UE) anunciaram a conclusão do acordo de livre comércio entre os dois blocos, após um processo de negociações que se estendeu por 25 anos. O entendimento, que cria um amplo mercado internacional, foi anunciado na presença do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, do argentino Javier Milei, do uruguaio Luis Alberto Lacalle Pou e do paraguaio Santiago Peña, além da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O acordo abrangente prevê a redução ou eliminação gradual de tarifas de importação e exportação para uma ampla gama de produtos agrícolas e industriais, ampliando o acesso a um mercado de mais de 750 milhões de consumidores. Entre as mercadorias contempladas estão carnes, cereais, frutas, produtos químicos, automóveis e peças automotivas, além de uma série de bens industriais. De acordo com representantes de ambos os blocos, a iniciativa deve impulsionar a competitividade, estimular investimentos e promover a geração de empregos, fortalecendo as relações comerciais e estratégicas entre a América do Sul e a Europa.

Compromisso com o meio ambiente e padrões internacionais

A conclusão do acordo foi precedida por debates intensos sobre questões ambientais, responsabilidade social e padrões sanitários e fitossanitários. Atendendo a demandas da UE, o Mercosul se compromete a reforçar o cumprimento do Acordo de Paris sobre o clima e a adotar medidas mais rígidas de controle ambiental, prevenindo o desmatamento e promovendo uma produção agrícola sustentável. Por outro lado, a União Europeia assegura maior previsibilidade para os exportadores sul-americanos, garantindo canais de negociação transparentes e estáveis.

Reação das lideranças

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que o entendimento marca o início de uma nova era na cooperação entre os blocos. “Agora estou ansiosa para discutir isso com os países da UE. Este acordo funcionará para pessoas e empresas. Mais empregos. Mais escolhas. Prosperidade compartilhada”, afirmou a representante europeia.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizou o caráter histórico do acordo, destacando que ele pode impulsionar a integração regional e aproximar a América do Sul da União Europeia em áreas além da econômica, como ciência, tecnologia, inovação e educação. Javier Milei, novo presidente da Argentina, ressaltou a importância do acordo para a diversificação de mercados, enquanto Luis Alberto Lacalle Pou, do Uruguai, e Santiago Peña, do Paraguai, salientaram que as negociações bem-sucedidas abrem caminho para a inserção qualificada de seus países no comércio global.

Próximos passos

A aprovação do acordo ainda depende de trâmites internos em cada país membro do Mercosul, assim como na União Europeia, onde o texto precisa ser ratificado pelos Parlamentos nacionais dos países integrantes e pelo Parlamento Europeu. Especialistas avaliam que o processo de implementação pode levar algum tempo, devido aos complexos procedimentos políticos e legais.

Mesmo assim, a conclusão das negociações é vista como um passo fundamental para ampliar a relevância internacional do Mercosul, reforçar laços com a Europa e estabelecer um marco de cooperação mais sólido e permanente, sinalizando um período de maior dinamismo econômico e comercial entre os dois continentes.


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