Campo Grande (MS), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

ECONOMIA

Economistas alertam para impacto econômico das ameaças tarifárias de Donald Trump a México e Canadá

Medida proposta pelo presidente eleito pode gerar alta de preços e incertezas antes mesmo de entrar em vigor

02/12/2024

07:20

NAOM

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A promessa de Donald Trump de impor tarifas de 25% sobre produtos importados do México e Canadá logo no início de seu mandato, em janeiro de 2025, está gerando preocupações entre economistas, comerciantes e industriais. Segundo especialistas, as medidas podem impactar os preços de diversos produtos, agravando a inflação nos Estados Unidos, mesmo antes de sua implementação.

Preocupações econômicas

A inflação, que chegou a 9,1% em 2022, foi um dos fatores que contribuiu para a insatisfação econômica dos americanos, favorecendo a eleição de Trump. Economistas alertam que as novas tarifas podem provocar aumento nos preços de bens essenciais, como automóveis, peças de veículos, insumos primários, além de alimentos como avocados, amplamente importados do México.

Segundo Nuno Limão, professor da Universidade Georgetown, a simples ameaça de tarifas já afeta decisões econômicas. "Alguns importadores podem estocar produtos para evitar custos adicionais, enquanto outros adiarão investimentos. Isso reduz o fornecimento e pressiona os preços para cima", explica. A indústria automobilística, por exemplo, enfrenta grande dependência de peças do México e Canadá, o que deve encarecer a fabricação de veículos.

Reações políticas e internacionais

O presidente eleito justificou a medida como resposta ao que considera falta de ação dos países vizinhos no combate ao tráfico de drogas e à imigração ilegal. "Essas tarifas permanecerão até que as drogas, em particular o fentanil, e a imigração ilegal cessem", afirmou Trump.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, criticou as ameaças em carta enviada ao republicano, destacando que "a migração e o consumo de drogas nos EUA não serão resolvidos por tarifas". Ela negou qualquer compromisso de fechamento de fronteiras durante conversa com Trump.

Marcelo Ebrard, ministro da Economia do México, alertou que as tarifas podem levar à perda de 400 mil empregos nos EUA, enquanto o presidente Joe Biden pediu publicamente que Trump reconsidere suas ações, argumentando que prejudicar as relações com aliados próximos não seria uma decisão estratégica.

Impactos no comércio e nos consumidores

Produtos como gás, ferro e alumínio importados do Canadá, além de computadores e brinquedos da China, também devem sofrer aumentos de preços, afetando consumidores e empresas americanas. Segundo o The New York Times, a indústria automobilística em estados como Michigan e Ohio seria duramente atingida, com fábricas dependendo diretamente das importações do México e Canadá.

A CNN destacou que 90% dos avocados consumidos nos EUA vêm do México, e orientou consumidores a anteciparem compras caso as tarifas sejam implementadas.

Tensões com os Brics

Além das tarifas sobre os vizinhos, Trump ameaçou o bloco dos Brics com taxas de 100% caso haja apoio a uma moeda que desafie a hegemonia do dólar no comércio internacional. Economistas avaliam que essa postura pode ampliar a instabilidade econômica global e afetar ainda mais as relações comerciais dos Estados Unidos.


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