Nesta segunda-feira (9), o presidente Lula (PT) anunciou a deputada estadual mineira Macaé Evaristo (PT) como a nova ministra dos Direitos Humanos, substituindo Silvio Almeida, demitido na última sexta-feira (6) após acusações de assédio sexual, uma das quais envolvendo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Macaé, que foi a primeira mulher negra a ocupar cargos importantes na educação em Belo Horizonte e no estado de Minas Gerais, aceitou o convite de Lula durante uma reunião no Palácio da Alvorada. O presidente deu a ela carta branca para realizar mudanças na pasta e expressou satisfação com sua nomeação, elogiando seu histórico de luta pelos direitos humanos e pela educação.

A saída de Silvio Almeida ocorreu após relatos de assédio sexual que foram confirmados pela organização Me Too Brasil, que prestou auxílio às vítimas. Almeida nega as acusações, mas sua demissão se tornou inevitável após a repercussão das denúncias.

Com sua escolha, Lula reafirma o compromisso do governo com a promoção da igualdade racial e dos direitos humanos, áreas sensíveis que foram fortemente criticadas durante o governo anterior, de Jair Bolsonaro. Macaé assume o ministério com a responsabilidade de reorganizar a pasta e apresentar resultados concretos para o avanço das políticas sociais.

O anúncio também destacou a continuidade do trabalho no Ministério dos Direitos Humanos, que havia sido ocupado interinamente por Esther Dweck.

Mais informações:

1. Trajetória de Macaé Evaristo: Além de sua experiência como secretária de Educação, Macaé é reconhecida como uma figura de destaque na luta por políticas de inclusão, diversidade e combate ao racismo no Brasil. Como professora e gestora pública, sua atuação sempre esteve ligada à promoção dos direitos de crianças, adolescentes e minorias.

2. Reorganização da Pasta: A carta branca dada por Lula a Macaé significa que ela terá liberdade para realizar mudanças estruturais no Ministério dos Direitos Humanos, o que pode incluir alterações nas equipes e na gestão de projetos, visando garantir maior eficiência e resultados.

3. Impacto Político: A nomeação de Macaé fortalece a presença de figuras femininas e negras em cargos estratégicos no governo, alinhando-se com o discurso de inclusão e justiça social defendido por Lula. Sua escolha também reflete um esforço para apaziguar a base de apoio ao governo, diante das controvérsias em torno das acusações contra Silvio Almeida.

4. Desafios da Nova Ministra: Macaé enfrentará o desafio de dar continuidade a políticas de reparação social, enquanto tenta recuperar a confiança e a credibilidade do Ministério dos Direitos Humanos, especialmente após as acusações contra o ex-ministro. Ela também terá que lidar com as divergências internas e as críticas da oposição, que utilizam o episódio como arma política.

Esses fatores ressaltam a complexidade do contexto político em que Macaé assume o ministério, além de demonstrar a importância de sua liderança em um momento sensível para as pautas de direitos humanos no Brasil.