ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
Paulo Duarte pretende formular lei para evitar plantio de soja no Pantanal
10/06/2022
11:00
ASSECOM
deputado estadual Paulo Duarte (PSB)
Com base em imagens de satélite, o deputado estadual Paulo Duarte (PSB) denunciou na tribuna, durante sessão ordinária da última terça-feira (7), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, a plantação de soja em terras pantaneiras. O parlamentar falou da importância de se formular uma legislação que proteja o bioma sul-mato-grossense e está empenhado a levar esse debate para os representantes da classe produtora.
“Recebi provas que identificam o plantio de soja em duas áreas contíguas de 288 hectares, em Aquidauana e outra de 317 hectares, em Coxim. Podem ser áreas pequenas diante da imensidão do bioma, mas não podemos transformar o nosso Pantanal em mais uma fronteira agrícola, uma vez que temos regiões vocacionais para o plantio de soja no Estado”, destacou.
De acordo com Paulo Duarte, as áreas constam no Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do Estado de Mato Grosso do Sul, com a recomendação de não se instalar empreendimentos que prejudiquem o bioma. “Recomendar não é impor. Já levei a preocupação aos setores ambientais do Governo do Estado. Devemos evitar que aconteça com o Pantanal o que ocorreu com o Rio Taquari, consequência de uma agricultura desenfreada e descontrolada”, afirmou.
O deputado ressaltou, ainda, que não não é um posicionamento “contra os produtores rurais, mas existe a necessidade de discutir uma legislação sobre o plantio de soja no Pantanal e a hora é agora”. Duarte também lembrou que a vocação do Pantanal não está no plantio da soja. “Há mais de cem anos o pantaneiro é o guardião do bioma, que tem como principal vocação a pecuária extensiva”, reforça.
O Pantanal é a maior área úmida do planeta. No Mato Grosso do Sul, ocupa cerca de 25% do território. Em relação aos limites do bioma, a porção no Estado representa 26% de área no planalto da Bacia do Alto Paraguai (BAP) e 11% das planícies do Pantanal.
“As chuvas estão mais escassas. Não temos mais o mesmo período de cheia, que geralmente está no pico no mês de junho. A questão é gravíssima, pois o Pantanal é sensível. Não podemos varrer essa denúncia para debaixo do tapete, pois é assim que começa um desastre ambiental. Vamos lutar para entregar o meio ambiente preservado para as futuras gerações”, disse Duarte.
Sabendo da importância do tema, o parlamentar já apresentou a questão ao presidente da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Marcelo Bertoni. “A Famasul, assim como o Governo do Estado e Imasul, também teve a sensibilidade de ouvir e acredito que irá unir forças para debatermos a fundo essa situação. Também pretendo levar essa discussão para a classe produtora e promotoria do Meio Ambiente”, revela.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Os candidatos querem surfar no conservadorismo
Leia Mais
Glauber Braga encerra greve de fome após acordo com presidente da Câmara sobre processo de cassação
Leia Mais
PRF inicia Operação Semana Santa e Tiradentes 2025 com reforço nas rodovias federais
Leia Mais
Banco pode descontar dívida de consignado CLT de conta-corrente ou investimentos, mesmo após demissão
Municípios