Campo Grande (MS), Sexta-feira, 31 de Outubro de 2025

Política / Segurança Pública

No Rio de Janeiro, Eduardo Riedel defende ação integrada contra o crime organizado: “Segurança deve ser tratada de forma transversal”

Governador de Mato Grosso do Sul participou de reunião emergencial com Cláudio Castro após megaoperação no Complexo do Alemão e da Penha

30/10/2025

22:30

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

Durante reunião realizada nesta quinta-feira (30) no Rio de Janeiro, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), afirmou que a segurança pública precisa ser tratada de forma transversal, integrada e planejada entre os estados brasileiros.
A agenda foi convocada pelo governador do Rio, Cláudio Castro (PL), após a megaoperação policial que resultou em cerca de 120 mortos nos Complexos do Alemão e da Penha, sendo considerada a mais letal dos últimos 15 anos no estado.

“O número de mortes violentas intencionais no Brasil no último ano passou de 44 mil pessoas. Um cenário de guerra que cobra de nós, gestores públicos, reflexão, união e ação frente à violência instalada por todo o país. A segurança pública deve ser tratada de forma integrada, com inteligência, de maneira transversal e planejada”, destacou Riedel em nota.

Reunião emergencial entre governadores

O encontro contou com governadores de direita e de centro, que decidiram ir pessoalmente ao Rio de Janeiro após uma videoconferência prévia.
Segundo Riedel, o objetivo é superar divisões ideológicas e buscar soluções conjuntas para o enfrentamento do crime organizado e a promoção da paz social.

“Essa pauta é caríssima para todo o Brasil. Precisamos deixar de lado questões partidárias e ideológicas e pensar em soluções que garantam segurança e paz ao povo brasileiro”, afirmou.

A Operação Contenção, que motivou o encontro, mobilizou 2,5 mil policiais e teve como objetivo cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão, sendo 30 deles expedidos pela Justiça do Pará, visando conter a expansão do Comando Vermelho (CV).

Balanço da Operação Contenção

De acordo com a Polícia Civil do Rio, a operação resultou em:

  • 113 prisões, incluindo 33 foragidos de outros estados;

  • Apreensão de 118 armas de fogo;

  • Recolhimento de 1 tonelada de drogas;

  • Cerca de 80 corpos já submetidos à necropsia no IML.

O governo fluminense classificou a ação como “bem-sucedida”, afirmando que os mortos reagiram à operação, enquanto os que se renderam foram presos.

Por outro lado, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro afirma ter atendido 106 famílias de vítimas e relatou dificuldades para acompanhar as perícias, alegando que o acesso ao IML foi negado.

Comando Vermelho e investigações

As investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) revelam que a cúpula do Comando Vermelho operava um “plantão on-line” via grupos de WhatsApp, de onde partiam ordens para execuções, movimentações financeiras e vigilância nas comunidades.

Os principais líderes identificados são:

  • Edgar Alves de Andrade, o “Doca” — apontado como chefe máximo da facção em liberdade, com 273 anotações criminais e 32 mandados de prisão;

  • Pedro Paulo Guedes, o “Pedro Bala” — aliado de Doca e ex-líder do tráfico na Vila Cruzeiro;

  • Carlos Costa Neves, o “Gardenal” — responsável pela segurança pessoal de Doca e controle de acesso à “Toca do Urso”;

  • Washington César Braga da Silva, o “Grandão” — considerado “síndico” da organização, com funções administrativas e controle dos “bailes do Comando”.

Segundo a polícia, Doca e Bala comandam há pelo menos 10 anos o tráfico na Vila Cruzeiro, e continuam influentes mesmo após sucessivas operações.

Recompensa e caçada ao chefe do CV

O Disque Denúncia do Rio de Janeiro divulgou nesta quinta-feira (30) um cartaz oferecendo recompensa de R$ 100 mil por informações que levem à prisão de Doca, considerado o principal alvo da operação e um dos criminosos mais procurados do país.

O relatório da DRE descreve Doca como violento, discreto e ostentador, envolvido diretamente em roubos de veículos, tráfico de drogas e confrontos armados com forças policiais.


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