Campo Grande (MS), Domingo, 19 de Outubro de 2025

Política / Partidos

Antes maioria, PSDB mantém comando de apenas duas das cinco maiores cidades de MS

Partido perdeu 24 das 44 prefeituras e vive disputa interna por nova direção após saída de Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel

19/10/2025

09:00

DA REDAÇÃO

©FOTOMONTAGEM

O PSDB de Mato Grosso do Sul enfrenta uma das maiores crises de sua história recente. Após uma série de desfiliações, o partido, que já foi a principal força política do Estado, agora mantém o comando de apenas duas das cinco maiores cidades sul-mato-grossensesDourados e Ponta Porã.

A sigla perdeu 24 das 44 prefeituras que administrava, uma redução de quase 55% de sua base municipal. Entre as baixas mais significativas está Três Lagoas, cujo prefeito Cassiano Maia oficializou filiação ao Progressistas (PP). O movimento consolidou a perda de influência tucana nas principais cidades do Estado.

Revoada e reestruturação

O enfraquecimento do PSDB em Mato Grosso do Sul reflete uma crise nacional da legenda, agravada pela saída de nomes de peso como o ex-governador Eduardo Riedel, que se filiou ao PP, e Reinaldo Azambuja, que ingressou no PL.

O deputado federal Geraldo Resende, presidente interino da sigla, afirma que o momento é de contenção e reorganização interna:

“Nosso trabalho agora é manter quem ficou. Vamos reconstruir o partido e preparar as chapas para 2026”, declarou.

Atualmente, o PSDB conta com 20 prefeitos em exercício, perdendo o posto de partido com o maior número de mandatários municipais no Estado. A maioria das deserções se deu em direção ao PL, que recebeu 19 prefeitos, e ao PP, com cinco novas filiações, liderado pela senadora Tereza Cristina.

Quem permanece no ninho tucano

Apesar da crise, dois prefeitos das maiores cidades do interior reafirmaram fidelidade ao partido:

  • Marçal Filho (Dourados) — afirmou não ter planos de trocar de legenda:

    “Minha prioridade é administrar Dourados. Não tenho pressa em definir o futuro partidário.”

  • Eduardo Campos (Ponta Porã) — garantiu que seguirá na sigla:

    “Sigo firme no ninho tucano”, disse, ao comentar o cenário de esvaziamento político da legenda.

Ambos são considerados peças-chave na tentativa de manter o PSDB relevante no interior e na reconstrução de sua base para as eleições de 2026.

Disputa interna pelo comando

A crise também abriu uma disputa interna pelo comando do diretório estadual.
O deputado federal Geraldo Resende deve deixar a presidência interina no próximo dia 21 de outubro, e o deputado estadual Pedro Caravina surge como principal nome para assumir a direção em mandato-tampão até dezembro.

“Já manifestei para a Nacional que tenho interesse em reestruturar o partido. Estou conversando com vereadores e lideranças locais, mas é uma decisão que não depende só de mim”, afirmou Caravina, destacando que mantém diálogo com Reinaldo Azambuja, hoje no PL.

Resende reconhece a legitimidade da disputa, mas defende a própria permanência:

“Quem construiu a história do PSDB, como nós que somos fundadores, tem um compromisso com a sigla. Se for chamado, darei minha contribuição.”

Nova direção nacional

A definição da nova executiva estadual depende também da reorganização nacional do PSDB, prevista para as próximas semanas. O ex-governador Aécio Neves (MG) deve assumir o comando do partido em dezembro, substituindo Marconi Perillo, o que pode provocar novas mudanças nos diretórios regionais, incluindo Mato Grosso do Sul.

A expectativa é de que Aécio redesenhe alianças e promova um realinhamento estratégico visando as eleições de 2026, com foco em recuperar o espaço político perdido pela legenda.


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