Política / Assembleia Legislativa
Deputados debatem crise na saúde e destacam papel da Cassems em Mato Grosso do Sul
Zé Teixeira alerta para falta de recursos em cirurgias cardíacas em Dourados e Kemp vê denúncias com motivação política
16/10/2025
11:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A crise na saúde pública foi o principal tema do debate na sessão plenária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) nesta quinta-feira (16). O deputado Zé Teixeira (PSDB), 2º vice-presidente da Casa, usou a tribuna para alertar sobre a situação do sistema de saúde no estado — especialmente em Dourados, onde há risco de interrupção nas cirurgias cardíacas por falta de recursos.
“Estamos passando por um momento de muita dificuldade nas cirurgias cardíacas. Segundo o Dr. Cantero, que trabalha nesse setor, o contrato com o convênio venceu em 30 de setembro e não há mais verba. Uma cirurgia custa cerca de R$ 15 mil, enquanto na rede privada o paciente precisa deixar R$ 100 mil em depósito”, denunciou o parlamentar.
Zé Teixeira relatou que pacientes infartados aguardam vagas nas UPAs e, muitas vezes, não conseguem atendimento a tempo. Ele destacou a importância da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul), que, segundo ele, tem garantido parte essencial da estrutura hospitalar na região.
“A Cassems é um dos melhores planos do Brasil. Em Dourados, o hospital da Cassems é o melhor do município e abriu várias especialidades, incluindo cirurgia cardíaca e oncologia. O problema não é da Cassems, é do sistema público nacional, que está falido”, afirmou.
O deputado defendeu a ampliação de recursos estaduais para cirurgias cardíacas e disse ter pedido ao secretário estadual de Saúde, Maurício Simões, aporte financeiro até dezembro.
“Pedi ao Estado para garantir recursos até o fim do ano e credenciar hospitais. Todas as especialidades estão em crise. Quem paga 40% de imposto não pode aceitar uma saúde desse nível”, concluiu.
O deputado Pedro Kemp (PT) também se manifestou, após receber um grupo de beneficiários que pediu a abertura de uma CPI para investigar a Cassems. Segundo ele, não há fundamentos jurídicos ou provas concretas que justifiquem a instalação de uma comissão.
“A Cassems é uma entidade privada, e, do ponto de vista jurídico, não cabe CPI. Alegam que recebe recurso público, mas isso é parte do desconto patronal. Eu assinaria uma CPI se houvesse fato determinado ou denúncia séria. O que chegou até agora são reclamações genéricas e com aparente motivação política”, afirmou Kemp.
O parlamentar lembrou que problemas como demora em consultas e descredenciamento de médicos são comuns em todos os planos de saúde e até no SUS (Sistema Único de Saúde).
“Nenhum plano é perfeito. O desafio é estrutural e atinge todo o país. Precisamos de propostas concretas para melhorar o atendimento, e não de disputas políticas”, completou.
Resumo do debate:
Zé Teixeira defendeu a atuação da Cassems e pediu intervenção urgente do Estado para salvar as cirurgias cardíacas em Dourados.
Pedro Kemp avaliou que as denúncias contra a Cassems “parecem políticas” e não justificam abertura de CPI.
Ambos destacaram a necessidade de reestruturação da saúde pública e de mais recursos para o atendimento hospitalar no Estado.
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