Política / Câmara Federal
Anistia entra em pauta e bancada de MS se divide entre cautela, negociação e defesa de perdão irrestrito
Deputados federais de Mato Grosso do Sul se posicionam de forma divergente sobre o projeto que beneficia condenados do 8 de Janeiro; votação da urgência ocorre nesta quarta-feira (17)
16/09/2025
16:15
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
A Câmara dos Deputados deve votar nesta quarta-feira (17), em regime de urgência, o projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A decisão de acelerar a tramitação foi confirmada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), após reunião com líderes partidários.
A pressão pela votação cresceu desde a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada. O movimento pela anistia conta com apoio de governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e de lideranças como o senador Ciro Nogueira (PP-PI).
O Palácio do Planalto articula para barrar o avanço da proposta. O presidente Lula (PT) já se manifestou contra e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, classificou a medida como “imoral e inconstitucional”. A estratégia governista envolve mobilizar ministros e reduzir o quórum em plenário.
Em Mato Grosso do Sul, os deputados se alinham em três tendências distintas:
Cautela e responsabilidade
Geraldo Resende (PSDB): “Este debate não pode ser conduzido pela emoção ou pela pressão de grupos políticos, mas sim pelo compromisso com a democracia e a segurança jurídica. O Brasil precisa de pacificação, mas também de responsabilidade.”
Beto Pereira (PSDB): votou pela urgência, mas condiciona o mérito ao texto final. “É imprescindível discutir as penas de forma proporcional. Muitos estavam apenas exercendo o direito de manifestação sem violência.”
Defesa de anistia ampla e irrestrita
Marcos Pollon (PL): “Não existe anistia light ou pela metade. É preciso anistia ampla, geral e irrestrita, para restaurar a justiça e a paz no Brasil.”
Rodolfo Nogueira (PL): reforçou a pressão sobre o Senado. “Não vamos aceitar negociação que tire Bolsonaro da anistia ou deixe condenados de fora.”
Tom conciliador
Luiz Ovando (PP): “Sou favorável porque este projeto visa pacificar o país. A polarização constante só gera desgaste e perda de energia.”
Petistas como Vander Loubet, Camila Jara e o tucano Dagoberto Nogueira ainda não se pronunciaram, mas em votações anteriores rejeitaram medidas que reduzissem penas ligadas ao 8 de Janeiro.
Os atos de 8 de janeiro de 2023 marcaram a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, por manifestantes inconformados com o resultado das eleições presidenciais de 2022. O STF enquadrou os envolvidos em crimes como golpe de Estado, associação criminosa e dano ao patrimônio público, resultando em centenas de prisões e condenações.
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