Campo Grande (MS), Domingo, 14 de Setembro de 2025
Política / Justiça
Datafolha: 54% dos brasileiros rejeitam anistia a Bolsonaro; 50% apoiam sua prisão
Pesquisa mostra que maioria da população é contrária ao perdão para o ex-presidente e condenados do 8 de Janeiro
14/09/2025
09:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A maioria dos brasileiros é contra a aprovação de uma anistia a Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes. Segundo pesquisa Datafolha, realizada nos dias 8 e 9 de setembro, 54% rejeitam a proposta de anistia, enquanto 39% a apoiam. Outros 2% se disseram indiferentes e 4% não souberam opinar. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
O levantamento ouviu 2.005 eleitores em 113 municípios do país e também mostrou que 61% são contrários a qualquer tipo de perdão aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, enquanto 33% defendem a medida.
A pesquisa apontou que 50% defendem a prisão de Bolsonaro em regime fechado, contra 43% que rejeitam a medida. Desde abril, quando o Datafolha passou a medir a percepção popular sobre o tema, houve relativa estabilidade. Em abril, 52% eram a favor da prisão; em julho, houve empate técnico (48% a 46%); agora, a distância voltou a se ampliar.
Outro dado relevante é a crença na execução da pena. Antes do julgamento, a maioria acreditava que Bolsonaro escaparia da prisão. Agora, 50% acreditam que ele será preso, contra 40% que acham o contrário.
Nordeste: 63% rejeitam a anistia (região de maior apoio a Lula)
Sul: apoio dividido (46% a favor e 44% contra, dentro da margem de erro)
Norte/Centro-Oeste: 48% a favor, 45% contra
Evangélicos: 52% defendem anistia, 40% rejeitam
Mais ricos: 50% a favor, 46% contra (margem de erro de 10 pontos)
O debate sobre anistia ganhou força após o centrão abraçar a proposta, com apoio da família Bolsonaro e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para pressionar a Câmara dos Deputados a pautar o tema. No entanto, mesmo que o projeto avance, ainda enfrentaria resistência no Senado e no STF, que tem jurisprudência contrária a indultos a condenados por atentado ao Estado Democrático de Direito.
A condenação de Bolsonaro, aprovada por quatro dos cinco ministros da Primeira Turma do STF, o tornou o primeiro ex-presidente brasileiro sentenciado por tentativa de golpe. O relator, ministro Alexandre de Moraes, decidirá sobre o regime de cumprimento da pena, atualmente em prisão domiciliar cautelar desde 4 de agosto.
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