Política / Justiça
Hacker afirma que Carla Zambelli mandou invadir sistema do CNJ para desacreditar Justiça
Walter Delgatti Neto diz que deputada pediu até mandado falso de prisão contra ministro Alexandre de Moraes; Zambelli nega e chama hacker de mentiroso
12/09/2025
08:15
DA REDAÇÃO
Walter Delgatti: objetivo era desacreditar sistema eleitoral
O hacker Walter Delgatti Neto voltou a acusar a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) de ser a mandante da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em depoimento virtual à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (10), Delgatti afirmou que recebeu ordem direta da parlamentar para inserir documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Preso em São Paulo, Delgatti declarou que conheceu Zambelli em 2022 e foi contratado para demonstrar vulnerabilidades no sistema da Justiça.
“Ela me disse assim: ‘Se você for pego ou processado, pode falar que quem mandou fui eu. Você pode falar, que eu assumo isso’”, afirmou o hacker.
Segundo ele, após a invasão, Zambelli solicitou a inclusão de um despacho falso com ordem de prisão de Moraes. Delgatti ainda relatou que recebeu apoio financeiro da deputada e a promessa de emprego, mas se arrependeu quando percebeu que não teria retorno.
Carla Zambelli, que está presa na Itália e participou virtualmente da reunião, foi condenada a dez anos de prisão pelo esquema e aguarda julgamento de processo de extradição para o Brasil. O STF também determinou a perda do mandato parlamentar, decisão que agora está em análise na CCJ antes de seguir para votação em Plenário.
Durante a sessão, Zambelli rebateu as acusações e classificou Delgatti como “mitomaníaco”, acusando-o de mudar sua versão repetidamente.
“O senhor me fez corresponsável. Eu respondo por 16 mandados: um mandado de prisão do Alexandre de Moraes e mais 15 mandados de soltura de criminosos do PCC, do Comando Vermelho, de traficantes de drogas, de assassinos e de estupradores. É por isso que fui condenada a dez anos de prisão”, reclamou.
Ela ainda contestou a narrativa de que teria encomendado os documentos falsos, atribuindo parte da manipulação a um robô usado por Delgatti.
O depoimento ocorreu em meio à tramitação da Representação 2/25, que avalia a cassação definitiva do mandato de Zambelli na Câmara. O relator do processo é o deputado Diego Garcia (Republicanos-PR).
O caso soma-se à crise política que envolve a parlamentar desde 2022, quando seu nome passou a figurar em investigações relacionadas à tentativa de desacreditar a Justiça e o sistema eleitoral brasileiro.
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