Polícia / Justiça
Assassino de Emanuelly pediu dinheiro à mãe durante fuga e morreu em confronto com a polícia
Marcos Willian ligou de madrugada pedindo R$ 50; família relata histórico de violência e afastamento
29/08/2025
07:15
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
Durante a fuga após sequestrar, estuprar e matar a menina Emanuelly Victória Souza, de apenas 6 anos, em Campo Grande, Marcos Willian Teixeira Timóteo, de 29 anos, chegou a ligar para a mãe pedindo R$ 50 para ajudar em sua tentativa de escapar. O criminoso foi morto em confronto com policiais na madrugada de quinta-feira (28).
A mãe de Marcos, que preferiu não se identificar, contou que recebeu a ligação do filho por volta da 1h da madrugada. O pedido inusitado e o horário chamaram sua atenção.
“Perguntei se estava tudo bem, e ele respondeu que sim”, relatou a mulher.
Logo depois, ela recebeu uma ligação da polícia, que buscava informações sobre o paradeiro do suspeito. Foi nesse momento que soube do crime.
“Estou sofrendo a dor da perda de um filho e a vergonha por tudo isso”, disse.
A mãe também afirmou que não tinha contato presencial com Marcos há cerca de cinco anos. O vínculo se resumia a conversas por telefone. Segundo ela, o filho tinha um histórico de comportamento agressivo, inclusive contra o próprio irmão.
A mãe relatou ainda que, aos 7 anos, Marcos foi vítima de estupro por vizinhos e nunca superou o trauma. Ele chegou a cumprir medidas socioeducativas em duas passagens pela Unei (Unidade Educacional de Internação), após cometer atos infracionais análogos a estupro.
O histórico de violência inclui:
Aos 14 anos, estuprou um bebê de 1 ano e 5 meses, que sobreviveu após ser abandonado em um matagal;
Ainda adolescente, cometeu outro estupro, desta vez de forma contínua contra a enteada;
Já adulto, acumulou passagens por violência doméstica.
A mãe ressaltou que sempre tentou orientar os filhos no “caminho do bem”, mas reconheceu os problemas de comportamento do filho, reforçando também que ele estava separado da esposa há 15 dias.
A menina Emanuelly foi encontrada morta em uma banheira de bebê, escondida debaixo de uma cama, na casa de Marcos, localizada na Vila Carvalho, em Campo Grande.
Ao chegarem ao local, policiais perceberam sinais de movimentação recente, como chão sujo de barro e marcas de chinelo. Durante a varredura, localizaram a banheira enrolada em uma coberta marrom presa com fita adesiva, onde o corpo da criança foi encontrado.
Apesar do histórico de alta periculosidade, Marcos Willian estava solto. Isso se deve ao fato de que seus primeiros crimes ocorreram enquanto ainda era adolescente, sendo enquadrados como atos infracionais, previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Nesses casos, o infrator é considerado inimputável penalmente, recebendo apenas medidas socioeducativas.
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