Política / Justiça
Bolsonaro mapeou três países como opções de fuga enquanto aguarda julgamento no STF
Ex-presidente considera EUA, Hungria e Argentina; Moraes reforça vigilância policial para evitar evasão
27/08/2025
09:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Às vésperas do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) pela tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem intensificado manobras jurídicas e viu crescer o cerco da Justiça para impedir uma eventual fuga. Documentos e investigações apontam que ao menos três países foram considerados como possíveis rotas de saída: Estados Unidos, Hungria e Argentina.
Na segunda-feira (25), o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal amplie o monitoramento de Bolsonaro em tempo integral. A medida atendeu a manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que recomendou acompanhamento contínuo, desde que não “invada a esfera domiciliar” nem “perturbe as relações de vizinhança” do ex-presidente.
Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília, monitorado por tornozeleira eletrônica. Sua residência fica próxima ao setor de embaixadas, o que reforça a preocupação das autoridades sobre risco de evasão.
A defesa de Bolsonaro tentou, sem sucesso, transferir o processo da Primeira Turma para o plenário do STF e, antes, retirar o caso da competência da Corte. Apesar de estar dentro das regras processuais, as estratégias não surtiram efeito. O julgamento está previsto para começar no dia 2 de setembro.
Estados Unidos: Bolsonaro já permaneceu semanas na Flórida no fim de 2022. A proximidade política com Donald Trump, que chegou a enquadrar Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky, reforçou especulações de eventual oferta de asilo.
Hungria: em 2023, o ex-presidente passou duas noites na embaixada do país em Brasília, gesto visto como pedido de proteção ao premiê ultradireitista Viktor Orbán.
Argentina: a PF encontrou no celular de Bolsonaro um rascunho de pedido de asilo dirigido ao presidente Javier Milei. A defesa alegou no STF que o documento era apenas um “rascunho antigo”.
De acordo com o colunista Bernardo Mello Franco (O Globo), no dia em que foi instalado o equipamento de monitoramento, Bolsonaro teria dito:
“Sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem.”
Apesar de negar publicamente qualquer intenção de deixar o país, as movimentações e declarações do ex-presidente aumentaram a apreensão entre autoridades, que consideram as medidas de vigilância essenciais para garantir sua permanência no território nacional até o fim do julgamento.
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