STF inicia interrogatório de militares na reta final do processo sobre tentativa de golpe
Depoimentos ocorrem sob pressão internacional, em meio à denúncia de plano para assassinar ministro Alexandre de Moraes
28/07/2025
07:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (28) a oitiva dos réus do núcleo militar da trama golpista que teria como objetivo impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, segundo a denúncia, até assassinar o ministro Alexandre de Moraes. A sessão marca o início da fase final do processo penal, que julga altos oficiais do Exército e um agente da Polícia Federal, acusados de participação direta ou apoio à tentativa de golpe no final de 2022.
Os depoimentos coincidem com o aumento da pressão internacional liderada pelo governo dos Estados Unidos, que tenta interferir nos julgamentos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado por seu suposto envolvimento no plano golpista.
O grupo denunciado é dividido em duas frentes:
Núcleo operacional, que teria planejado o assassinato de Moraes;
Núcleo de apoio, composto por generais e coronéis que estariam dispostos a cumprir um decreto golpista.
Entre os investigados, dois tenentes-coronéis — Rafael de Oliveira e Rodrigo Azevedo — foram identificados como membros ativos do plano que seria executado em 15 de dezembro de 2022, data prevista para a diplomação de Lula. De acordo com a PGR, os militares se espalharam por Brasília e se comunicavam por um grupo no aplicativo Signal. A missão teria sido abortada após confirmação de que o Comando do Exército não aderiria ao golpe.
“O cancelamento da operação coincide com o momento da confirmação de que o Comando do Exército não havia aderido ao Golpe de Estado”, diz a denúncia da PGR.
A denúncia indica que Rafael Oliveira comprou um celular descartável, usou documentos falsos e discutiu detalhes da operação clandestina. Já Rodrigo Azevedo alega que estava em Goiânia, comemorando seu aniversário, e a única ligação com o grupo seria o uso posterior de um chip em um celular vinculado à ação.
Ambos estão presos preventivamente há oito meses.
O processo também inclui militares de alta patente acusados de apoiar politicamente o golpe. Um dos principais nomes é o general da reserva Estevam Theophilo, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército. Segundo delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Theophilo teria dito que “se o presidente assinasse [o decreto golpista], o Exército cumpriria”.
Bernardo Romão Correa Neto (coronel)
Estevam Theophilo (general da reserva)
Fabrício Moreira de Bastos (coronel)
Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel)
Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel)
Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel)
Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel)
Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel)
Sérgio Ricardo Cavaliere (tenente-coronel)
Wladimir Matos Soares (policial federal)
A defesa de Oliveira afirmou que ele permanecerá em silêncio parcial, respondendo apenas aos advogados. Já a Polícia Federal ainda não concluiu a investigação do plano clandestino apelidado de “Copa 2022”, que pretendia sequestrar ou assassinar o ministro Moraes.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Mega-Sena sorteia prêmio de R$ 3,5 milhões nesta terça-feira
Leia Mais
CPMI do INSS prende presidente da Conafer por falso testemunho em investigação sobre fraudes previdenciárias
Leia Mais
Bolsa Família conclui pagamentos de setembro para 182,3 mil famílias em Mato Grosso do Sul
Leia Mais
Assembleia Legislativa de MS vota dez propostas na sessão desta terça-feira
Municípios