Política / Justiça
Com investigações se agravando, Centrão pressiona Bolsonaro a apoiar Tarcísio para 2026
Aliados veem risco crescente de inelegibilidade e apostam em Tarcísio como nome viável da direita; Eduardo também entra na mira do STF e da PF
21/07/2025
07:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se agravou após a operação da Polícia Federal realizada na última sexta-feira (18). O avanço das investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) e na PF levou líderes de partidos do Centrão a intensificar a pressão para que Bolsonaro desista da corrida presidencial de 2026 e anuncie apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como principal nome da direita.
Além dos cinco crimes pelos quais já responde na ação penal da tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro passou a ser investigado por:
Obstrução de Justiça
Atentado à soberania nacional
Coação no curso do processo
Esses novos crimes estão ligados a tentativas do ex-presidente e aliados de interferirem no curso das investigações, inclusive com a suposta articulação para que os Estados Unidos aplicassem sanções ao Brasil, caso os processos contra ele não fossem arquivados.
A autorização da operação mais recente foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, que classificou as ações do grupo bolsonarista como “atos executórios e confissões flagrantes”.
Segundo fontes ligadas ao caso, o celular apreendido na casa de Bolsonaro pode conter provas comprometedoras contra o ex-presidente e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Um pen-drive também foi recolhido, mas, segundo investigadores, não apresentou dados relevantes até o momento.
A avaliação entre lideranças do Centrão é de que Bolsonaro produziu provas contra si mesmo, o que enfraquece qualquer tentativa de se manter como o principal nome da oposição para 2026.
O clima também é ruim para Eduardo Bolsonaro. Com o fim de sua licença parlamentar neste domingo (20), o deputado voltou a atacar o STF e a Polícia Federal em uma live nas redes sociais, afirmando que vai “se mexer” caso descubra quem está conduzindo as investigações. Ele ameaçou diretamente o delegado Fábio Alvarez Shor, responsável por inquéritos contra seu pai:
“Cachorrinho da Polícia Federal que tá me assistindo, deixa eu saber não. Se eu ficar sabendo quem é você… vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente”, declarou Eduardo.
A direção da PF já se manifestou e prometeu analisar medidas legais contra o parlamentar. Com o retorno às atividades na Câmara, as faltas passam a ser contadas, e caso ele se ausente sem justificativa, poderá perder o mandato por quebra de decoro.
Enquanto Bolsonaro se vê cercado por investigações, lideranças políticas do Centrão intensificam conversas para que ele anuncie apoio formal a Tarcísio, visto como nome viável e competitivo da direita moderada. O governador paulista, embora aliado de Bolsonaro, tem buscado manter distância estratégica dos embates judiciais do ex-presidente, o que fortalece sua imagem junto ao empresariado e ao Congresso.
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