Política
Marina Silva é alvo de novos ataques em comissão da Câmara e denuncia machismo e autoritarismo
Ministra do Meio Ambiente foi comparada ao Hamas e às Farc por deputado da bancada ruralista; audiência durou mais de 5 horas
02/07/2025
16:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi novamente alvo de insultos e comparações ofensivas durante audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, realizada nesta quarta-feira (2). Convocada para prestar esclarecimentos sobre políticas ambientais do governo, Marina enfrentou ataques verbais e posturas consideradas machistas e autoritárias por parte de parlamentares da oposição.
O deputado Evair de Melo (PP-ES), autor do requerimento da audiência e integrante da bancada ruralista, comparou Marina Silva a grupos armados como as Farc, da Colômbia, e o Hamas, além de retomar uma ofensa anterior, quando associou a ministra a um câncer.
“Um dia, eu fiz uma citação aqui comparando com um câncer. E eu pedi desculpas depois, porque o câncer muitas vezes tem cura. E esse viés ideológico construído nesse movimento conspiratório tem se mostrado aplicado nesse momento”, declarou Evair.
Durante sua defesa das ações do governo, Marina foi interrompida pelo deputado Cabo Gilberto (PL-PB), que pediu que a ministra "tivesse calma". A ministra rebateu, acusando o parlamentar de machismo, destacando que “ênfases verbais feitas por homens geralmente não são questionadas”.
“Eu sabia que depois do que aconteceu na Câmara Alta desse país, aqueles que gostam de abrir a porteira para o negacionismo, para a destruição do meio ambiente, pro machismo...”, disse Marina, sendo interrompida em seguida. “As pessoas iriam achar muito normal fazer o que está acontecendo aqui, num nível piorado. Acho que Deus me ouviu e estou em paz.”
A ministra ainda citou uma frase com tom religioso e de resistência:
“É preferível sofrer a injustiça do que praticar uma injustiça. E eu prefiro sofrer uma injustiça do que praticá-la. Se você pratica a injustiça, pode ter certeza que a reparação um dia virá. Isso me conforta.”
Em maio deste ano, Marina Silva já havia sido hostilizada em audiência no Senado, promovida pela Comissão de Serviços de Infraestrutura. Na ocasião, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou que “ela não merecia respeito como ministra”. Diante dos ataques, Marina se retirou da sessão.
Desta vez, apesar das tensões, a audiência seguiu até o fim, com duração superior a cinco horas e meia.
Em sua apresentação, Marina Silva ressaltou avanços do governo na área ambiental, como:
Redução de 46% no desmatamento da Amazônia
Queda de 32% no desmatamento em todo o país
Crescimento de 15% no agronegócio
Aumento de 11% na renda per capita
A ministra reforçou que é possível conciliar preservação ambiental com desenvolvimento econômico, sem abrir mão da sustentabilidade.
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