Política / Justiça
Advogado de Mauro Cid reage a pedido de prisão e manda PGR “se danar”
Cezar Bitencourt diz que ex-ajudante de ordens de Bolsonaro não deve explicações sobre viagem da família e minimiza investigações
16/06/2025
10:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O advogado Cezar Bitencourt, que defende o tenente-coronel Mauro Cid, reagiu com duras palavras ao pedido de prisão apresentado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Dane-se o PGR. A vida do Cid segue indiferente à existência do processo”, declarou Bitencourt à imprensa, após a solicitação da prisão ser baseada na suspeita de que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) planejava fugir do Brasil.
O pedido foi motivado por movimentações recentes da família de Mauro Cid, que viajou para os Estados Unidos no dia 30 de maio, e pela apuração de que o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, tentou obter um passaporte português para Cid.
Gilson foi preso pela Polícia Federal na última semana, em Recife, mas teve a prisão preventiva revogada na sexta-feira (13) pelo ministro Alexandre de Moraes. A PF chegou a cumprir mandado de busca e apreensão na casa de Mauro Cid, mas, no momento da abordagem, foi informada de que o pedido de prisão havia sido suspenso por Moraes.
De acordo com a defesa, a família de Cid viajou para comemorar os 15 anos de uma sobrinha na Califórnia. O grupo embarcou em um voo da Copa Airlines, com saída de Brasília e escala no Panamá.
Bitencourt afirmou que a viagem não tem qualquer relação com os processos enfrentados por Mauro Cid no Brasil e que “ninguém precisa se justificar por viajar”.
“A família está nos Estados Unidos sem data prevista para retornar. Eles não devem explicação a ninguém. O Cid não pode viajar há mais de um ano e está cumprindo todas as condições processuais”, reforçou o advogado.
O pedido de cidadania portuguesa feito por Cid também gerou suspeitas na investigação. O militar formalizou o processo em fevereiro de 2023, com base na cidadania da mãe, que é portuguesa. O reconhecimento foi concluído em 2024, e ele recebeu uma carteira de cidadão portuguesa válida até 2035.
Segundo a defesa, o documento não permite livre circulação internacional, sendo apenas um registro de identidade dentro de Portugal, utilizado para acesso a serviços públicos no país.
O atrito entre Bitencourt e o Ministério Público Federal ganhou força após a PGR afirmar que as movimentações familiares e o avanço na obtenção de documentos estrangeiros configurariam indícios de plano de fuga.
A defesa rebate, chamando a interpretação de “absurda” e politicamente motivada.
O PGR não quis comentar publicamente o caso até o momento. Cid, por sua vez, compareceu à sede da Polícia Federal na sexta-feira (14) para prestar esclarecimentos, mas não foi detido.
O caso segue sob análise do ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações no STF que envolvem a tentativa de golpe de Estado, falsificação de certificados de vacinação e espionagem ilegal durante o governo Bolsonaro.
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