Política / Justiça
Ex-servidora que recebeu propina em estacionamento volta a ser alvo da PF
Andreia Cristina Souza Lima, presa na operação Turn Off, é investigada novamente por fraude em contratos milionários da Educação
21/05/2025
16:15
DA REDAÇÃO
A ex-gestora de contratos da Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul (SED-MS), Andreia Cristina Souza Lima, voltou a ser alvo de buscas da Polícia Federal durante a operação Vox Veritatis, deflagrada nesta quarta-feira (21). Ela já havia sido presa na operação Turn Off, em 2023, acusada de receber propina em dinheiro vivo no estacionamento da secretaria, no Parque dos Poderes, em Campo Grande.
Na ocasião, Andreia ocupava o cargo de gestora de contratos e tinha salário de R$ 11.793,20. Após ser exonerada, em novembro de 2022, passou a usar tornozeleira eletrônica.
"Esse é um caso que escancara os mecanismos de corrupção dentro de setores estratégicos da administração pública", apontou um investigador que acompanha o caso.
Outro alvo da operação desta quarta-feira seria o empresário Elimar Pereira dos Santos, sócio de uma empresa de informática localizada no bairro Amambaí, em Campo Grande. O nome dele aparece em ações vinculadas à firma, mas a defesa ainda não se manifestou.
A operação Vox Veritatis é conduzida pela PF em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União) e a Receita Federal. A investigação apura fraudes em contratos milionários firmados pela gestão anterior da SED-MS, utilizando o mecanismo de adesão a atas de registro de preços já vigentes em outros órgãos públicos.
O esquema consistia na inclusão de falsas cotações para justificar a suposta vantagem de aderir às atas. Em troca da garantia de contratação, empresas pagavam 5% do valor contratado em propina a intermediários, que repartiam o valor com servidores públicos.
Durante a operação desta quarta-feira, a PF apreendeu um total de R$ 510,2 mil em espécie:
R$ 363,4 mil foram encontrados dentro de um cofre em apartamento no edifício Hannover, em Campo Grande.
R$ 146,8 mil estavam em endereço investigado no Rio de Janeiro.
Além disso, foram recolhidos documentos e materiais que podem reforçar as acusações de peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e fraudes em licitação.
O nome Vox Veritatis, que significa “Voz da Verdade” em latim, foi escolhido para simbolizar o papel da investigação criminal na revelação de esquemas ocultos em contratos públicos e no desvio de verbas federais.
Em nota, o Governo de Mato Grosso do Sul afirmou que:
A operação é acompanhada pelas autoridades estaduais.
Nenhum servidor ativo da SED foi alvo dos mandados de busca e apreensão.
Serão adotadas medidas legais cabíveis assim que houver acesso aos autos.
“Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e lisura na gestão pública, e reforçamos os instrumentos de controle e combate às ilicitudes”, diz o comunicado oficial.
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