Meio Ambiente / Fauna
Onça que matou caseiro no Pantanal se recupera e é transferida para centro de fauna em São Paulo
Animal será mantido sob cuidados permanentes após recuperação em Campo Grande; veterinários alertam para riscos da interação humana com animais silvestres
16/05/2025
09:15
CGN
DA REDAÇÃO
Onça em tratamento em Campo Grande, antes de transferência ©Saul Schramm
A onça-pintada que matou o caseiro Jorge Ávalo, conhecido como Jorginho, no Pantanal sul-mato-grossense, foi transferida nesta semana para o Instituto Ampara Animal, em Amparo (SP), onde passará a viver sob cuidados permanentes. O felino estava desde abril no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande, onde recebeu tratamento médico até alcançar estabilidade clínica.
O ataque fatal ocorreu na região do pesqueiro Touro Morto, em Aquidauana (MS), e comoveu a população local. Após dias de buscas, os restos mortais de Jorginho foram encontrados, e uma força-tarefa foi montada para localizar o felino. A onça foi capturada debilitada, com 94 quilos e sinais de desnutrição, além de alterações no fígado, rins e intestino.
Durante três semanas de internação, o animal foi monitorado por uma equipe de veterinários do CRAS e do Hospital Veterinário Ayty. Ele recebeu dieta balanceada, hidratação e medicação, inclusive com uso de hepatoprotetores, ganhando 13 quilos no período. Atualmente, pesa 107 quilos e não apresenta problemas graves de saúde.
“Durante as três semanas que ficou conosco, ele chegou desidratado e com baixo peso. O animal ganhou bastante peso e evoluiu bem”, informou a veterinária Aline Duarte, coordenadora do CRAS.
Com o quadro clínico estável, a transferência foi autorizada para o centro especializado em grandes felinos de Amparo, onde o animal será mantido em ambiente controlado e poderá integrar ações de educação ambiental.
A médica-veterinária Thaís Rímoli, também do CRAS, reforçou o alerta para os riscos da interação humana com a fauna silvestre:
“Infelizmente, situações como essa têm se tornado mais comuns. Alimentar animais silvestres interfere em seu comportamento natural e pode gerar riscos tanto para a fauna quanto para as pessoas”.
A onça-pintada é um dos principais símbolos da fauna do Pantanal, e especialistas destacam que sua conservação está diretamente ligada à conscientização humana sobre os riscos de alimentar, provocar ou tentar interagir com animais silvestres.
O caso, apesar de trágico, reforça a importância de medidas educativas e de políticas públicas voltadas para o convívio seguro entre humanos e a biodiversidade da região.
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