O Dia das Mães é também momento de reconhecer a força de mulheres que, além da maternidade, exercem lideranças políticas e enfrentam rotinas intensas e responsabilidades públicas. No Mato Grosso do Sul, nomes como Adriane Lopes, Camilla Nascimento, Mara Caseiro e Lia Nogueira mostram como a maternidade não limita o protagonismo político — ela fortalece.

Mesmo com o desafio de “trabalhar dobrado”, como apontam, essas mulheres levam o olhar materno para a política, criando conexões mais humanas com as demandas da população e promovendo políticas que impactam diretamente a vida de milhares.

Adriane Lopes: “Sonhei em ser mãe e me realizo todos os dias”

Primeira mulher eleita prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes é mãe de Matheus e Bruno, que estão sempre ao seu lado — em eventos, agendas públicas e até na rotina da prefeitura.

“Na primeira infância deles dei uma pausa na minha carreira para acompanhá-los de perto e ensinar valores. Hoje eles são meus companheiros de jornada.”

Para Adriane, o exercício da maternidade influencia diretamente a forma como governa:

“Trabalho dobrado, sim, mas com propósito. A maternidade molda minha visão de cuidado e acolhimento nas políticas públicas.”

Camilla Nascimento: “O apoio dos filhos é essencial para a vida pública”

Camilla Nascimento, vice-prefeita de Campo Grande, fez história ao integrar a primeira chapa 100% feminina eleita no Executivo municipal. Mãe de Carolinne (31), Bianca (28) e Gabriel (21), ela destaca a cumplicidade familiar como base para sua atuação política.

“Somos muito unidos. Meus filhos acompanham minha rotina, conversamos sobre tudo. O amor deles me levanta e me cura.”

Camilla reforça que o apoio da família é vital:

“Não sei se é conselho, mas ter esse suporte transforma tudo. É ele que sustenta minha atuação pública.”

Mara Caseiro: “Trabalhar mais não me assusta, é minha missão”

Com mais de 30 anos de atuação política, Mara Caseiro (PSDB) foi vereadora mais votada de Eldorado, hoje é deputada estadual e preside a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Assembleia Legislativa de MS.

Mãe de Matheus e Maiara e avó de três netos, ela se orgulha da influência da vida pública sobre a família:

“Todos têm um senso de justiça muito forte, e isso me orgulha demais.”

Sobre o desafio de ser mãe e política, ela é direta:

“A gente precisa provar nosso valor o tempo inteiro. Mas ver as políticas públicas chegando a quem mais precisa compensa todo esforço.”

Lia Nogueira: “A política exige renúncia, mas o amor da família compensa”

Natural de Dourados, Lia Nogueira foi a vereadora mais votada da cidade e, em 2022, tornou-se deputada estadual. Preside a Comissão de Assistência Social e Seguridade Social e concilia a distância entre casa e trabalho com a força do vínculo familiar.

“Toda semana saio de Dourados para cumprir minha agenda em Campo Grande. É um malabarismo. Mas estar com meus filhos é sempre especial.”

Mãe de João Victor (28), Gabriel (22) e Maria Eduarda (20), Lia vê com alegria o engajamento dos filhos:

“Hoje eles se envolvem muito com política, opinam, analisam projetos, mesmo sem querer seguir carreira pública. Isso me faz refletir mais na hora de legislar.”

Mães que inspiram políticas públicas

Apesar das rotinas exaustivas, todas as entrevistadas destacam que a maternidade é o alicerce que sustenta suas trajetórias públicas. Em comum, compartilham a ideia de que a política não exclui a maternidade — ela se alimenta dela.

“Ser mãe é minha identidade, e meu mandato reflete isso”, resume Adriane Lopes.

“Quero que outras mulheres vejam que é possível estar na política sem deixar de ser quem são”, afirma Mara Caseiro.