Meio Ambiente / Agronegócio
Entidades rurais lançam campanha “Fogo Zero” e rebatem acusações sobre queimadas em MS
Representantes do setor afirmam que produtores também sofrem prejuízos e reforçam papel na prevenção; Estado já registrou mais de 2 milhões de hectares queimados em 2024
06/05/2025
11:30
DA REDAÇÃO
Lançamento da campanha do auditório da Famasul (Foto: Murilo Medeiros)
Em resposta às crescentes acusações de que produtores rurais seriam os responsáveis pelas queimadas no Mato Grosso do Sul, entidades ligadas ao agronegócio lançaram, na manhã desta segunda-feira (6), a campanha “Fogo Zero”, voltada à prevenção de incêndios florestais em todas as regiões do Estado. O evento ocorreu na sede da Famasul, em Campo Grande, com a presença de autoridades, representantes do setor produtivo e do Corpo de Bombeiros.
O diretor-tesoureiro da Famasul, Frederico Stella, afirmou que os principais prejudicados pelos incêndios são os próprios produtores rurais:
“O prejuízo ambiental é para todos, mas o prejuízo financeiro é nosso. Nós não temos interesse em colocar fogo na nossa casa.”
Stella também apresentou dados que, segundo ele, comprovam que a maioria dos focos de incêndio ocorrem às margens de estradas e rios, e não dentro das propriedades.
“O produtor é o primeiro a acionar os bombeiros. Somos os primeiros aliados no combate ao fogo”, completou.
De acordo com informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apresentados no evento:
2023: 1.328.000 hectares queimados
2024 (até o momento): 2.057.400 hectares atingidos
Focos de calor: passaram de 4.592 (2023) para 11.993 (2024)
Obs.: Foco de calor não necessariamente representa fogo, mas indica risco elevado.
O presidente da Reflore MS, Julio Ramires, explicou que a campanha ocorre durante todo o ano e busca conscientizar sobre a prevenção de incêndios, principalmente no período de seca.
Ações previstas incluem:
Panfletagens e palestras em escolas
Treinamentos para produtores e brigadistas
Adesivagem de veículos com mensagens educativas
“A prevenção é o melhor combate”, destacou Ramires.
O subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros de MS, Adriano Rampazo, destacou que 2025 será o sétimo ano consecutivo com incêndios florestais em alta prioridade para a corporação. Ele ressaltou os desafios operacionais, principalmente no bioma Pantanal, considerado o mais complexo para o combate ao fogo.
“Estamos mais preparados, com mais EPIs e treinamentos. Mas dependemos da parceria com os produtores para vencer esse desafio.”
O secretário-executivo de Desenvolvimento Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, defendeu a união entre poder público e setor produtivo na prevenção aos incêndios:
“Além do prejuízo econômico, os incêndios provocam um enorme desgaste na imagem de Mato Grosso do Sul.”
Beretta destacou que nem todos os incêndios têm origem criminosa ou por ação humana direta, citando causas naturais como reflexo de caco de vidro, curto-circuitos e faíscas mecânicas.
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