Na madrugada desta sexta-feira (13), Roberto Figueiredo, de 68 anos, ex-superintendente de Cultura e professor universitário, foi brutalmente assassinado a facadas e pauladas em sua residência no Bairro Jardim Alto dos São Francisco, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O corpo da vítima foi encontrado por sua irmã, Carla Renata Figueiredo, que imediatamente acionou as autoridades.

Prisão do Suspeito

A Polícia Militar, através da equipe do Batalhão de Choque (BPChoque), prendeu o suspeito de 17 anos que confessou ser o autor do homicídio. O adolescente foi detido na manhã de sexta-feira (13) no Portal Caiobá, após a localização do Jeep Renegade preto, pertencente a Roberto Figueiredo, na região da Rua Rachel de Queiroz. O veículo havia sido visto anteriormente na Avenida Guaicurus, mas o jovem não obedeceu às ordens de parada da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e fugiu, sendo posteriormente encontrado pela Polícia Militar.

Detalhes do Crime

De acordo com as investigações iniciais, Roberto Figueiredo foi encontrado sem vida na sala de estar de sua residência, apresentando uma facada no pescoço e sinais de pancadas na cabeça. A casa não mostrava sinais de arrombamento, indicando que o criminoso possuía algum conhecimento prévio da vítima, permitindo a entrada sem necessidade de forçar a porta.

Carla Renata Figueiredo expressou sua dor e indignação ao comentar sobre o ocorrido: "É muita maldade, não precisava. Se eles queriam roubar, eles podiam ter levado tudo. Meu irmão entregaria qualquer coisa, carro, moto, TV."

Confissão do Suspeito

Durante o interrogatório na Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij), o jovem de 17 anos relatou que mantinha um relacionamento de aproximadamente três meses com Roberto Figueiredo. Segundo ele, uma desavença relacionada a questões financeiras levou ao desentendimento que culminou no assassinato.

"O rapaz insistia em dinheiro, e isso acabou causando uma briga que resultou na morte dele. Aproveitei para roubar alguns pertences e o carro," afirmou o adolescente. Ele também mencionou que, após o crime, encontrou-se com colegas em um bar, onde utilizaram os cartões de crédito de Roberto para realizar compras em lojas de conveniência. Posteriormente, o jovem entregou o Jeep Renegade a um amigo de 22 anos, que também foi preso.

Envolvimento de Terceira Pessoa

Além do adolescente, uma terceira pessoa está envolvida no caso e ainda não foi localizada. As autoridades continuam as diligências para identificar e prender esse indivíduo, que também participaria do crime.

Investigação em Andamento

A Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (Defurv) está conduzindo as investigações relacionadas ao roubo do veículo de Roberto Figueiredo. A delegada Daniela Kades informou que, além do jovem de 17 anos, um rapaz de 22 anos foi preso juntamente com o carro, mas a terceira pessoa ainda está foragida.

Procedimentos Legais

O adolescente será processado conforme as leis vigentes, sendo julgado pela Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). Dada a sua idade, ele será tratado segundo as normas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), visando sua reintegração social e educação, além de punição adequada ao delito cometido.

Reações da Comunidade

A comunidade de Campo Grande está chocada com o ocorrido, destacando a violência e a necessidade de medidas preventivas para evitar crimes similares. A Delegada Thainá Borges ressaltou a importância de entender as motivações que levam jovens a cometerem atos tão graves e a necessidade de políticas públicas eficazes para tratar essas questões.

Considerações Finais

Este trágico caso reforça a urgência de ações integradas entre segurança, educação e assistência social para prevenir a violência entre jovens e promover um ambiente mais seguro e saudável para toda a população. A Justiça continuará a investigar e julgar o caso, buscando responsabilizar todos os envolvidos e oferecer apoio à família de Roberto Figueiredo.