POLÍCIA
Adolescente de 13 anos é identificado como responsável por filiação falsa de Lula ao PL em MS, revela Polícia Federal
Ação criminosa foi desvendada pela operação Infiliatio em Fátima do Sul
30/10/2024
21:45
G1
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Polícia Federal (PF) identificou um adolescente de 13 anos como o autor da falsa filiação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro. O jovem, residente em Fátima do Sul (MS), obteve os dados pessoais de Lula na internet e realizou a filiação sem consentimento, utilizando o Sistema de Filiação Partidária (FILIA) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O caso foi investigado por meio da operação Infiliatio, desencadeada na quarta-feira, 30 de outubro.
A PF explicou que a inserção dos dados não envolveu o hackeamento do sistema da Justiça Eleitoral. Em vez disso, a manipulação foi possível devido a uma brecha no procedimento de filiação partidária, que foi explorada de forma criminosa pelo adolescente. A operação revelou que a filiação ao PL, realizada em julho de 2023, foi feita de má fé, sem que Lula ou seus representantes tivessem conhecimento ou qualquer envolvimento no ato.
A investigação apurou que o ato configura crimes como invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e falsa identidade. Como o procedimento não partiu do presidente, o caso foi considerado criminoso. A ação resultou na realização de diligências pela Polícia Federal na cidade de Fátima do Sul, incluindo a análise do ambiente em que o adolescente reside.
Além do adolescente, a PF investiga um funcionário do Partido Liberal que teria a função de validar as filiações partidárias. O funcionário poderá responder por sua possível participação no esquema ou por negligência ao permitir que a filiação fosse aprovada sem uma devida verificação.
A PF segue apurando se houve algum nível de conivência ou falha no processo de aprovação de filiações por parte do partido. O caso chamou atenção pelo uso de dados sensíveis do presidente e pelo fato de envolver um menor de idade, o que pode complicar as implicações jurídicas do ocorrido.
O caso gerou polêmica, especialmente pelo uso indevido da imagem do presidente em um contexto político altamente polarizado. A filiação ao PL, adversário histórico do PT, causou perplexidade e foi alvo de especulações antes de a PF esclarecer os detalhes.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reforçou que o sistema FILIA possui protocolos de segurança, mas que situações como esta, em que os dados são inseridos indevidamente, podem ocorrer e estão sendo tratadas com rigor.
As autoridades ainda estudam as medidas legais aplicáveis ao adolescente, que por ser menor de idade está sujeito às normas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Dependendo das conclusões, o jovem pode ser encaminhado a medidas socioeducativas. O envolvimento do funcionário do partido, no entanto, pode levar a sanções mais severas caso seja comprovada sua participação no crime.
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