MUNDO
Embaixada da Argentina em Caracas continua cercada, mas diplomatas brasileiros garantem segurança de cidadãos
Brasil representa os interesses consulares da Argentina na Venezuela após expulsão do embaixador argentino; tensão aumenta com vigilância e cortes de energia no local
07/09/2024
10:31
G1
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
Neste sábado (7), fontes do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Palácio do Itamaraty) informaram que o prédio da antiga embaixada da Argentina em Caracas permanece cercado por forças do regime venezuelano, e sua energia elétrica segue cortada. O Brasil assumiu a representação dos interesses consulares da Argentina desde que o presidente venezuelano Nicolás Maduro expulsou o embaixador argentino em 1º de agosto. Apesar do cenário tenso, diplomatas brasileiros confirmaram que os brasileiros na embaixada estão em segurança, com a área residencial sendo mantida por geradores.
A expulsão do embaixador argentino ocorreu após a Argentina questionar a legitimidade da reeleição de Maduro, alegando fraudes nas eleições presidenciais de julho. Em contrapartida, o Brasil adotou uma posição neutra, não reconhecendo nem rejeitando o resultado eleitoral, mas exigindo transparência e a apresentação das atas eleitorais. Até o momento, as autoridades venezuelanas não forneceram os dados eleitorais solicitados.
A medida de expulsão levou o governo argentino a solicitar ao Brasil que assumisse a responsabilidade de representar seus interesses na Venezuela. Segundo a diplomacia brasileira, o Brasil continuará a exercer essa função até que a Venezuela determine que outro país o faça. Contudo, qualquer decisão unilateral de dissolver a representação argentina por parte do regime de Maduro seria contestada, pois a Venezuela não tem o poder de agir dessa forma sem acordo.
Informações divulgadas pelo Comando Nacional de Campanha da oposição venezuelana indicam que seis membros da oposição ao regime de Maduro estão abrigados na embaixada, sob proteção diplomática. O governo de Maduro estaria interessado em prender essas pessoas, o que intensifica a vigilância ao redor do edifício. Na noite de sexta-feira, membros da oposição relataram que homens encapuzados rondaram os arredores da embaixada, e um veículo da polícia foi visto estacionado em frente ao local desde então.
A crescente tensão política se reflete na postura do governo argentino, que, em nota oficial, pediu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que acelere o processo de emissão de mandados de detenção contra Nicolás Maduro e outros líderes do regime venezuelano. Esse apelo ocorre em meio ao agravamento da crise humanitária e política na Venezuela, que tem gerado preocupação internacional.
A situação em Caracas é delicada, com a segurança dos asilados na embaixada sendo motivo de preocupação para as autoridades diplomáticas. Apesar das pressões e das dificuldades operacionais devido aos cortes de energia, a diplomacia brasileira mantém a proteção dos cidadãos argentinos e de outros residentes na embaixada.
A crise venezuelana, que já afeta diretamente a população local e gera uma onda migratória significativa para países vizinhos, incluindo o Brasil, continua a ser um ponto central de tensão na região. O bloqueio de informações, a repressão política e a falta de transparência nas eleições contribuem para o isolamento crescente do governo de Maduro, tanto interna quanto externamente.
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