Quem transita pela Praça Ari Coelho, no centro de Campo Grande, talvez não conheça a história da imponente árvore de jequitibá que se ergue dentro do parque infantil. O nome "jequitibá" vem do tupi-guarani e significa "gigante da floresta", e essa árvore, que completa 100 anos em 2022, carrega consigo uma rica história ligada à cidade.

Em 7 de setembro de 1922, duas mudas de jequitibá foram plantadas na Praça Ari Coelho pelo então Intendente de Campo Grande, Arlindo Gomes de Andrade, como parte das comemorações do centenário da Independência do Brasil. No entanto, apenas uma das árvores sobreviveu e prosperou, oferecendo sombra e beleza, especialmente para as crianças que brincam no parquinho infantil.

Neste 7 de setembro de 2022, enquanto o Brasil celebra os 200 anos de Independência, também se comemora o centenário desse jequitibá. Em reconhecimento ao seu valor histórico e paisagístico, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) acatou uma recomendação técnica que declara essa árvore imune ao corte. Este reconhecimento reforça seu status como uma "Árvore Notável", devido à sua importância histórica, raridade, porte, idade e desenho.

Uma vistoria realizada em agosto de 2022 constatou que a árvore está em ótimas condições fitossanitárias e não apresenta riscos. Assim, o jequitibá da Praça Ari Coelho não é apenas uma bela árvore, mas um símbolo vivo da história de Campo Grande, plantado pelo Intendente da época, como registrado no livro O Município de Campo Grande em 1922, de Ulisses Serra, parte da Série Memória Sul-mato-grossense.

O secretário municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana, Luís Eduardo Costa, destaca a importância de preservar e respeitar essa árvore, considerando-a um tesouro patrimonial que conecta diretamente com a história e cultura de Campo Grande. Gisseli Giraldelli, auditora fiscal de Meio Ambiente da Semadur e responsável pela recomendação técnica, enfatiza que o jequitibá simboliza resistência e resiliência, após sobreviver a adversidades ao longo de um século.

Árvore Imune ao Corte

O Artigo 29 da Lei Complementar n. 184/2011, que rege o Plano Diretor de Arborização Urbana de Campo Grande, prevê que qualquer árvore no município pode ser declarada imune ao corte por motivos de raridade, antiguidade, interesse histórico, científico ou paisagístico, ou por sua condição de porta sementes. Qualquer cidadão pode solicitar essa proteção, por meio de um pedido escrito ao órgão ambiental municipal, justificando a necessidade de preservar a árvore.