Nas eleições municipais de 2024 em Mato Grosso do Sul, um dado chama a atenção: dos 232 candidatos a prefeito, 82 são milionários, ou seja, possuem um patrimônio superior a R$ 1 milhão. Embora a maioria esteja concentrada no interior do estado, impulsionados pelo agronegócio, apenas três desses candidatos milionários são da capital, Campo Grande. Esses números revelam um cenário de concentração de riqueza em regiões agrícolas e expõem as disparidades econômicas entre os candidatos.

Os Mais Ricos do Estado

No topo da lista dos milionários, estão candidatos de cidades de pequeno porte, cujo patrimônio é fortemente vinculado ao agronegócio. Em primeiro lugar, está Jocelito Krug (PSDB), ex-prefeito de Chapadão do Sul, que declarou possuir impressionantes R$ 107,2 milhões em bens. Krug é seguido por Walter Schlatter (PP), empresário e produtor rural, com um patrimônio de R$ 92,5 milhões.

Em terceiro lugar, figura Jani Maria Cunico de Oliveira, a Jani Maria (Republicanos), ex-vereadora de Pedro Gomes, com um patrimônio de R$ 28,04 milhões. Seu crescimento financeiro foi notável; em 2020, ela declarou R$ 12,4 milhões em bens, o que representa um aumento de 125% em apenas quatro anos.

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Estreantes na Política e Grandes Fortunas

Alguns dos candidatos milionários fazem sua estreia na política este ano, trazendo consigo vastas fortunas. Rodrigo Basso (PL), agricultor e candidato em Sidrolândia, ocupa o quarto lugar no ranking com R$ 20,2 milhões em patrimônio. Apesar de ser um neófito na política, Basso já conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Outro destaque é Aparecido Carlos Bernardo, conhecido como Carlos da UCP (PDT), candidato a prefeito de Ponta Porã e dono da Universidade de Medicina em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Com um patrimônio de R$ 19,2 milhões, ele é o quinto colocado no ranking.

A Capital e Seus Milionários

Em Campo Grande, a capital de Mato Grosso do Sul, apenas três dos oito candidatos a prefeito possuem patrimônio milionário. O mais rico é Beto Pereira (PSDB), deputado federal e ex-prefeito de Terenos, com R$ 2,7 milhões em bens. Ele é seguido por Beto Figueiró (Novo), pecuarista e advogado, com R$ 1,7 milhão, e Rose Modesto (União Brasil), ex-superintendente do Sudeco e ex-deputada federal, com R$ 1,1 milhão.

Reflexo do Agronegócio

Os dados revelam que 79 dos 82 candidatos milionários estão no interior do estado, onde o agronegócio tem forte influência. Isso destaca a concentração de riqueza em áreas rurais, contrastando com a realidade urbana de Campo Grande, onde os candidatos, em sua maioria, não atingem cifras tão altas.

Conclusão

As eleições de 2024 em Mato Grosso do Sul destacam uma elite econômica composta por candidatos milionários, muitos dos quais têm suas fortunas ligadas ao agronegócio. A presença desses candidatos revela tanto o impacto econômico do setor rural quanto as desigualdades regionais no estado. A ascensão de novos ricos na política, especialmente aqueles que fazem sua estreia, pode trazer mudanças significativas no cenário eleitoral e no futuro das cidades do interior do estado.

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