Política / Assembleia Legislativa
Gleice Jane projeta protagonismo do PT em 2026 e reforça oposição ao governo Riedel em MS
Deputada critica discurso fiscal do governador, aponta contradições na política econômica e afirma que partido já constrói chapa para disputar o governo do Estado
16/12/2025
22:00
DA REDAÇÃO
©Gil Ferreira/SRI
Durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), nesta terça-feira (16), a deputada estadual Prof.ª Gleice Jane (PT) encerrou o ano legislativo com um discurso duro contra o governo de Eduardo Riedel (PP) e projetou 2026 como um ano de protagonismo do Partido dos Trabalhadores no Estado.
A parlamentar demonstrou preocupação com o que classificou como um discurso contraditório e “desesperado” do governador em relação às finanças públicas, especialmente diante do envio recente de propostas à Casa de Leis que buscam aumentar a arrecadação, após meses de declarações oficiais sobre a suposta tranquilidade fiscal do Estado.
“Ele passou o início do ano dizendo que não tinha problema de dinheiro e agora demonstra um certo desespero para arrecadar recursos, ao mesmo tempo em que concede isenções fiscais às grandes empresas e ao setor mais rico do Estado”, criticou Gleice Jane.
A deputada também voltou a cobrar ações concretas do Executivo Estadual diante do avanço dos casos de feminicídio em Mato Grosso do Sul, que já se aproximam de 40 ocorrências em 2025.
Gleice relembrou uma reunião realizada em março com o governador Eduardo Riedel, quando, segundo ela, o chefe do Executivo afirmou que “dinheiro não era problema” para enfrentar a violência contra as mulheres.
“Ele disse que precisava apenas de política. Agora nós vemos que não teve dinheiro, nem política. Já chegamos a 39 feminicídios em Mato Grosso do Sul, 40 se contarmos a mulher que morreu ao tentar ajudar uma amiga e sequer entrou nas estatísticas”, denunciou.
Ao abordar o cenário eleitoral, Gleice Jane destacou a reunião do Partido dos Trabalhadores realizada em Campo Grande no último fim de semana, que contou com a presença do presidente nacional do PT, Edinho Silva. Segundo ela, o encontro foi decisivo para a construção de um projeto político alternativo ao atual governo estadual.
“Fizemos um balanço e está claro que o PT precisa apresentar um projeto de disputa para a sociedade de Mato Grosso do Sul”, afirmou.
A deputada revelou que o partido já trabalha na construção de uma pré-candidatura ao Governo do Estado, com Fábio Trad como nome para o Executivo e Gilda como pré-candidata a vice-governadora.
“Estamos construindo uma pré-candidatura com o nosso querido Fábio Trad e a nossa companheira Gilda, uma mulher que percorre o Estado, conhece a realidade e dialoga com o povo”, destacou.
Além da chapa majoritária, o PT também avança na formação das candidaturas proporcionais. Segundo Gleice Jane, o deputado federal Vander Loubet desponta como principal pré-candidato ao Senado, enquanto ela própria reafirmou o desejo de seguir na disputa pela reeleição à Assembleia Legislativa.
Entre as bandeiras que pretende continuar defendendo, a deputada citou:
Direito à vida e combate aos feminicídios
Concurso público para professores
Demarcação de terras indígenas
Valorização do serviço público
Pautas que, segundo ela, têm sido negligenciadas pelo governo Riedel.
“O PT vai apresentar um projeto de sociedade, junto com o povo e para o povo, como já fizemos com Zeca no governo. Mato Grosso do Sul clama por uma nova política”, afirmou.
Ao finalizar o discurso, Gleice Jane fez uma avaliação positiva do Governo Lula, destacando avanços sociais e econômicos mesmo diante de resistências no Congresso Nacional.
Entre os pontos citados pela parlamentar estão:
Isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil
Redução de até 80% nos custos para obtenção da CNH
Menor índice de desigualdade da série histórica, segundo o IPEA
Mais de 8 milhões de brasileiros retirados da pobreza, conforme dados do IBGE
A deputada também mencionou a expectativa de aprovação da PEC que acaba com a escala 6x1.
“Estamos fechando o ano com avanços importantes no combate às desigualdades e com a possibilidade real de garantir mais tempo de vida e convivência familiar para trabalhadores e trabalhadoras”, concluiu.
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