Campo Grande (MS), Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2025

Política / Assembleia Legislativa

Dezembro Vermelho reforça ações de prevenção ao HIV em Mato Grosso do Sul

Estado segue entre os que registram maiores taxas de detecção de Aids no Brasil; jovens concentram novos casos e campanhas serão intensificadas

01/12/2025

10:15

DA REDAÇÃO

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O laço vermelho volta a ganhar destaque neste mês com o início das ações do Dezembro Vermelho, mobilização nacional de prevenção ao HIV, à Aids e às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Em Mato Grosso do Sul, a campanha tem caráter permanente desde 2021, quando foi instituída no Calendário Oficial por meio da Lei nº 5.684, de autoria do deputado estadual Zé Teixeira, segundo vice-presidente da Assembleia Legislativa. A medida garante que, todos os anos, o Estado intensifique campanhas de informação, testagem e prevenção.

Os dados mais recentes do Boletim Epidemiológico 2024/2025 do Ministério da Saúde mostram que o Brasil registrou, nos últimos cinco anos, média anual de 33 mil novos casos de HIV, acompanhada de leve redução da mortalidade, que passou de 4,1 para 3,9 óbitos por 100 mil habitantes entre 2022 e 2024.

MS entre os líderes nacionais em detecção

Apesar dos avanços, Mato Grosso do Sul ainda figura entre os estados com maiores índices de Aids no país. A taxa de detecção em 2024 chegou a 20,7 casos por 100 mil habitantes, colocando o Estado na 9ª posição do ranking nacional. A mortalidade caiu 7,8% na última década, mas ainda foram registrados 162 óbitos no ano passado.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, 11,2 mil pessoas vivem com HIV em MS e estão em tratamento pelo SUS. Em 2024, foram notificados 321 novos casos, número menor que os 365 registrados em 2023, porém ainda acima da média histórica. A faixa etária entre 15 e 29 anos concentra a maior parte das novas infecções, evidenciando a queda na percepção de risco entre os jovens.

Zé Teixeira: “Não podemos confundir avanço científico com ausência de risco”

O deputado Zé Teixeira reforça que os avanços no tratamento — como a carga viral indetectável, que impede a transmissão — não autorizam comportamento sem prevenção.

“Os avanços no tratamento são uma conquista, mas ninguém pode ficar descuidado. O jovem precisa entender que prevenção continua sendo essencial”, alerta.

O parlamentar também chama atenção para o cenário local:
“Mato Grosso do Sul segue entre os estados com maior taxa de detecção. Isso é um alerta. Precisamos fortalecer campanhas educativas, garantir acesso aos testes e ampliar o diagnóstico precoce”, afirma.

Prevenção continua sendo o maior desafio

A estratégia central do Dezembro Vermelho é reforçar medidas de prevenção, especialmente entre adolescentes e jovens adultos, grupo mais vulnerável atualmente. A campanha tem foco em:

  • ampliação da testagem rápida;

  • distribuição de preservativos;

  • orientação sobre PrEP e PEP;

  • combate à desinformação;

  • acesso facilitado aos serviços de saúde.

Para Teixeira, a mensagem é direta:
“A camisinha continua sendo a forma mais simples e eficaz de evitar o HIV e outras ISTs. O Dezembro Vermelho é um alerta para todos: precisamos unir forças para reduzir novos casos e salvar vidas.”

Brasil está perto de cumprir metas globais

O país já atingiu duas das três metas estabelecidas pela ONU para eliminar a Aids como problema de saúde pública:

  • 96% das pessoas vivendo com HIV estão diagnosticadas;

  • 95% têm carga viral indetectável;

  • O desafio está no terceiro indicador: apenas 82% estão em tratamento contínuo, abaixo da meta de 95%.

Globalmente, segundo o UNAIDS, 39,9 milhões de pessoas vivem com HIV. Em 2023, cerca de 630 mil morreram em decorrência da Aids — número bem inferior ao pico de 2,1 milhões em 2004. A meta para 2025 é reduzir esse índice para menos de 250 mil mortes anuais.


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