Campo Grande (MS), Segunda-feira, 10 de Novembro de 2025

Política & Cidadania

Indígenas ocupam sede da Funai em Campo Grande e cobram revogação de documento sobre mudança na coordenação

Lideranças afirmam não terem sido consultadas e pedem que atual coordenador permaneça no cargo até decisão coletiva

10/11/2025

10:00

EDUARDA TERENA

DA REDAÇÃO

©EDUARDA TERENA

Na manhã desta segunda-feira (10 de novembro), um grupo de caciques e lideranças indígenas ocupou o escritório da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), em Campo Grande (MS). Os manifestantes afirmam que permanecerão no local até que seja revogada uma decisão administrativa que trata da substituição da atual coordenação regional da instituição, considerada irregular por não ter sido discutida com as comunidades envolvidas.

Lideranças exigem diálogo e transparência

De acordo com os participantes da mobilização, a medida que propõe a troca do comando da Funai foi divulgada nos últimos dias sem votação ou consulta prévia às lideranças indígenas.
O coordenador regional atual, Elvisclei Polidorio, confirmou que não houve qualquer alinhamento interno ou proposta formal para abrir mão do cargo.

“Estamos aqui porque não aceitamos decisões tomadas de forma unilateral. Queremos que esse documento seja revogado e que qualquer mudança seja feita de forma coletiva, com escuta das bases e das lideranças legítimas”, afirmaram os caciques presentes.

As lideranças destacaram que o Conselho Terena e parte de sua coordenação teriam participado da elaboração do documento, o que gerou insatisfação e desconfiança entre outras representações indígenas.

Contexto da disputa

A mobilização reflete o clima de tensão interna entre grupos indígenas sobre a gestão da Funai no Estado. A decisão que circulou nos últimos dias tratava de uma substituição administrativa na coordenação regional, mas, segundo os manifestantes, não passou por consulta ou deliberação coletiva, o que fere os princípios de representatividade e autonomia das comunidades.

Desde as primeiras horas do dia, representantes de diferentes povos e aldeias se reuniram na sede da Funai, afirmando que só deixarão o local após uma resposta oficial de Brasília sobre a anulação do documento.

Reivindicações principais

  • Revogação imediata do documento que propõe a troca de coordenação;

  • Garantia de consulta e deliberação coletiva antes de qualquer decisão institucional;

  • Respeito à autonomia das lideranças e ao papel representativo de cada povo;

  • Continuidade da gestão de Elvisclei Polidorio até nova decisão tomada em consenso.

Em busca de mediação

A ocupação ocorre de forma pacífica, com presença de lideranças Terena, Guarani e Kaiowá, que pedem diálogo direto com a direção nacional da Funai e o Ministério dos Povos Indígenas.
Os participantes afirmam que o movimento não é político-partidário, mas uma reação em defesa da legitimidade das representações locais.

“Queremos respeito e transparência. O coordenador Elvisclei tem nosso apoio, e qualquer mudança precisa partir das comunidades, não de grupos isolados”, reforçou uma das lideranças presentes.

Próximos passos

Até o fim da manhã, as lideranças permaneciam dentro do prédio da Funai, aguardando posicionamento oficial da sede nacional. A expectativa é que o impasse seja resolvido por meio de diálogo institucional e participação direta dos povos indígenas.

Informações: Eduarda Terena


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