Campo Grande (MS), Terça-feira, 25 de Novembro de 2025
Política / Assembleia Legislativa
Deputada Gleice Jane denuncia contaminação por agrotóxicos em comunidades Guarani e Kaiowá em MS
Parlamentar visitou territórios indígenas em Caarapó e Dourados e criticou ação da Tropa de Choque sem ordem judicial
28/09/2025
07:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A deputada estadual Gleice Jane (PT) esteve na última sexta-feira (26) nos territórios indígenas Guyraroká (Caarapó) e Passo Piraju (Dourados), onde acompanhou a situação dos povos Guarani e Kaiowá e reafirmou a denúncia de contaminação por agrotóxicos pulverizados em áreas próximas às comunidades.
Segundo a parlamentar, a pulverização ocorre em áreas muito próximas de locais de convivência, incluindo a Escola Municipal Indígena Ñandejara – Mbo'eroga Guyra Arandu Roká, na Reserva de Te'yikue.
“A escola está a poucos metros das plantações. A pulverização tem provocado contaminação e intoxicação em crianças. É uma denúncia gravíssima da comunidade”, afirmou Gleice Jane.
Durante a visita, a deputada ouviu famílias que denunciaram a ação da Tropa de Choque da Polícia Militar, marcada por violência e ofensas. Uma das mulheres da comunidade Guyraroká destacou que os agrotóxicos têm destruído as roças tradicionais:
“Dizem que não plantamos mais, mas o veneno mata nossa roça e não temos alimentos para as crianças”, desabafou.
Domingo (21): indígenas ocuparam a Fazenda Ipuitã, dentro da Terra Indígena Guyraroká, em protesto contra o uso de agrotóxicos.
Segunda-feira (22): a retomada foi desalojada pela Tropa de Choque, sem ordem judicial.
Terça-feira (23): houve confronto em Passo Piraju, na Terra Indígena Amambaipeguá III.
Quarta-feira (24): a Terra Indígena Guyraroká foi alvo de nova operação policial, com bloqueio de acessos e disparos de munições letais e não letais.
A Terra Indígena Guyraroká já foi declarada pela Funai como área de ocupação tradicional e aguarda homologação.
Na sessão de quarta-feira (24), Gleice Jane apresentou requerimento de informações ao Governo do Estado e à Secretaria de Estado de Segurança Pública, solicitando explicações sobre as supostas violações cometidas contra as comunidades indígenas.
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