Campo Grande (MS), Segunda-feira, 22 de Setembro de 2025

Saúde

Mato Grosso do Sul bate recorde de mortes por gripe em 2025, com alta puxada pelo H1N1

Óbitos já superam em 33% o maior número da série histórica desde 2009; idosos concentram vítimas e registram baixa cobertura vacinal

22/09/2025

12:00

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

Mato Grosso do Sul atingiu em setembro de 2025 o recorde histórico de mortes por gripe, ultrapassando os números anuais registrados desde 2009. Segundo boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgado na última sexta-feira (19), o subtipo H1N1 é o principal responsável pelo aumento, com 127 óbitos confirmados. O total já é 33% maior do que o pico de 95 mortes registrado em 2016.

Considerando todos os subtipos da influenza, o Estado soma 179 mortes neste ano, número que também supera o recorde anterior, de 120 óbitos em 2022.

Perfil das vítimas

  • A maioria dos mortos tinha 60 anos ou mais, com destaque para a faixa de 80 anos ou mais;

  • Crianças também aparecem entre os mais afetados em hospitalizações:

    • bebês de até 1 ano representam 5,8% das internações;

    • crianças de 1 a 9 anos, 16,6%;

    • jovens de 10 a 19 anos, 4,3%.

  • Adultos entre 20 e 59 anos são a faixa com menor impacto de hospitalizações.

Alerta sobre vacinação

A infectologista Andyane Tetila, diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e médica em Dourados, destaca que a baixa cobertura vacinal entre os idosos é um dos principais fatores que explicam o número elevado de mortes.

“Quando somamos os maiores de 60 anos no boletim da SES, é justamente a faixa que mais impacta em número de óbitos. A hesitação vacinal está muito prevalente entre os idosos, e precisamos trabalhar esse medo para garantir imunização”, afirma.

Segundo a médica, a confusão em relação a efeitos adversos da vacina também afasta os mais velhos dos postos:

“Muitos se queixam de sintomas gripais após a imunização, mas isso ocorre porque procuram a dose em momentos de alta circulação viral, quando as infecções acabam se sobrepondo. Não é efeito adverso da vacina.”

Ela defende campanhas mais incisivas para garantir a vacinação precoce, antes do início da circulação intensa do vírus.

Sem evidências de fortalecimento do vírus

A infectologista reforça que não há indícios científicos de que o vírus influenza tenha se fortalecido em 2025. O aumento dos casos e mortes está diretamente ligado à baixa cobertura vacinal e ao atraso na procura pela imunização.

Perspectivas

Com o cenário atual, especialistas reforçam que a vacinação em massa continua sendo a principal estratégia para reduzir internações e óbitos, especialmente entre os grupos de risco — idosos e crianças pequenas.


Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.

Últimas Notícias

Veja Mais

Envie Sua Notícia

Envie pelo site

Envie pelo Whatsapp

Jornal do Estado MS © 2021 Todos os direitos reservados.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO, transmissão e redistribuição sem autorização expressa.

Site desenvolvido por: