Campo Grande (MS), Domingo, 03 de Agosto de 2025

Economia / Comércio Exterior

China autoriza exportação de café por 183 empresas brasileiras após tarifaço dos EUA

Medida válida por cinco anos sinaliza reação chinesa à sobretaxa de Trump e abre nova rota para o agro brasileiro

03/08/2025

14:00

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A China liberou, a partir de 30 de julho, a exportação de café por 183 empresas brasileiras, em uma medida estratégica anunciada oficialmente pela embaixada chinesa no Brasil no sábado (2). A decisão ocorre dias após os Estados Unidos imporem tarifa de 50% sobre o café brasileiro, dificultando o acesso ao principal mercado consumidor do produto nacional.

A autorização tem validade de cinco anos e é considerada um importante alívio ao setor cafeeiro, que exporta em média 8 milhões de sacas de café por ano aos EUA — volume que está ameaçado pela nova política comercial do governo do presidente Donald Trump, que impôs tarifas retaliatórias contra produtos do Brasil.

China substitui EUA como novo destino estratégico

De acordo com dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), o Brasil exportou 440 mil sacas de café aos Estados Unidos apenas em junho, número oito vezes maior do que as 56 mil sacas enviadas à China no mesmo período. Com a liberação do mercado chinês, especialistas avaliam que o país asiático pode assumir protagonismo como novo destino do café brasileiro.

A medida favorece diretamente os exportadores brasileiros, que agora têm a chance de diversificar mercados e reduzir a dependência comercial dos EUA.

O que muda com a decisão chinesa:

  • 183 empresas brasileiras passam a exportar café para a China com autorização válida por 5 anos

  • Produtores nacionais ganham novo mercado para compensar perdas com o tarifaço dos EUA

  • China fortalece laços com o agro brasileiro, assumindo papel estratégico nas exportações

  • Pequim amplia sua influência em meio ao embate político-comercial entre Trump e Lula

Bastidores da decisão

A liberação ocorre logo após uma missão parlamentar brasileira aos EUA, liderada por senadores como Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura, que buscava diálogo sobre o impacto das tarifas. Sem resposta favorável dos norte-americanos, a China aproveitou o vácuo e avançou no fortalecimento da parceria comercial com o Brasil, especialmente no setor do agronegócio.

Impacto do tarifaço de Trump

A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada no fim de julho, começa a valer no dia 6 de agosto e afeta diretamente setores como café, carne bovina e suco de laranja. O mercado de café entre Brasil e EUA movimenta cerca de US$ 4,4 bilhões anuais, e o país sul-americano responde por um terço de todo o café consumido pelos americanos.


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