Política / Manifestação
Bolsonaristas realizam buzinaço em Campo Grande e exaltam apoio de Trump: “Amigo muito poderoso”
Ato reuniu políticos do PL que pedem anistia aos presos de 8 de janeiro, impeachment de Lula e Moraes e reforço da aliança com o ex-presidente dos EUA
03/08/2025
13:00
DA REDAÇÃO
©Henrique Kawaminammi
Na manhã deste domingo (3), políticos bolsonaristas e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram um buzinaço em Campo Grande (MS) com pautas que vão desde a anistia dos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023 até o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O ato ocorreu na Praça do Rádio, região central da Capital, e contou com trio elétrico, bandeiras do Brasil, Estados Unidos e Israel, além da participação de diversos parlamentares do PL.
Estiveram no local os deputados federais Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon, os deputados estaduais Coronel David e João Henrique Catan, os vereadores de Campo Grande Rafael Tavares e Ana Portela, além do Tenente Portela, presidente estadual do PL.
Durante os discursos, os líderes políticos reforçaram o apoio do ex-presidente norte-americano Donald Trump às pautas bolsonaristas.
“Agora a gente tem um amigo muito poderoso do nosso lado, que é o Donald Trump”, afirmou o vereador Rafael Tavares (PL), em referência às sanções comerciais impostas pelos EUA contra o Brasil e ministros do STF, que vêm sendo usadas como discurso político pelo campo da direita.
O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL) convocou os apoiadores para a mobilização:
“Campo Grande, Cidade Morena, é hora de vir para a rua. Reaja Campo Grande! Grande carreata em prol da liberdade”.
Já o deputado estadual Coronel David (PL) defendeu abertamente o impeachment de Lula e de Moraes:
“Para quem quer derrubar o Lula, o Moraes e colocar Bolsonaro de volta na presidência. Bom dia!”.
O deputado Henrique Catan (PL) foi mais longe ao sugerir, sem apresentar provas, que os Estados Unidos possuem documentos que indicariam fraudes nas eleições de 2022 — uma tese já descartada por relatórios das Forças Armadas, que não encontraram fraudes nas urnas eletrônicas.
O ato em Campo Grande integra um movimento articulado nacionalmente pelo PL, que, em reunião no último dia 21 de julho, definiu uma tríplice estratégia para o segundo semestre:
Foco na aprovação da anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro
Avanço da PEC 333, que visa o fim do foro privilegiado em crimes comuns
Criação de três comissões de trabalho, mesmo durante o recesso parlamentar:
Alinhamento da comunicação entre parlamentares de oposição
Mobilização no Congresso Nacional para pressão sobre os presidentes da Câmara e do Senado
Mobilização nacional para “dar voz ao presidente Bolsonaro”, coordenada pelos deputados Rodolfo Nogueira e Zé Trovão (PL-SC)
Além do buzinaço em Campo Grande, atos semelhantes ocorreram neste 3 de agosto em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. No entanto, Jair Bolsonaro não participa das mobilizações, uma vez que está proibido de sair de casa aos fins de semana, entre outras restrições impostas pela Justiça, como uso de tornozeleira eletrônica e toque de recolher noturno, em decorrência de investigações da Polícia Federal.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Lula defende cautela com Trump e afirma: “Tenho um limite de briga com o governo americano”
Leia Mais
61% dos brasileiros rejeitam candidatos que prometem anistiar Bolsonaro e acusados de golpe, diz Datafolha
Leia Mais
O IOF e sua natureza regulatória
Leia Mais
Ato pró-Bolsonaro na Paulista reúne 37,6 mil pessoas no pico, aponta USP
Municípios